sexta-feira

PENSANDO O TEATRO ATRAVÉS DE EXERCÍCIOS

Todos sabemos que o teatro exige de seus atores muita concentração. Esta é essencial para que a cena seja sentida em sua plenitude máxima e, por conseguinte, seja desenvolvida com exatidão, precisão, emoção, sutileza, técnica e que leve ao público contemplações verdadeiras.

E não estar bem física ou psicologicamente não é propício, pois não há a entrega tão exigida. Certo dia encontrava-me assim em uma aula, então pude perceber bem isso, pois fisicamente não estava bem, mas também não me impediu de fazer a aula.

Quando entrei no teatro passei a escutar muito a palavra generosidade. Mas confesso que escutei muito no Cita, porque nos demais cursos pelo qual passei, via isso muito distante, não quer dizer que não exista, porém com menos intensidade. Pode ser que algum dia eu me deparei totalmente com o oposto, mas até hoje em todos os lugares que pratiquei o teatro, mesmo que um pouquinho, consegui perceber.

Outra coisa muito importante dentro do teatro é saber os nossos limites. Contudo, não é por isso que o ator tem que desistir, pois o jogo teatral é tão envolvente e mágico que faz com que todas as dores deem força e propicie a continuidade.

Dessa forma, mesmo quando não estou plenamente bem, ainda assim, obrigo-me a realizar as aulas e no fim, acabo sempre satisfeita. Principalmente, quando o professor sabe conduzir a aula de forma a torna-la proveitosa e gratificante. É impossível não haver comparações, mas não para dizer que esse é melhor que aquele. Afinal, os profissionais são singulares cada uma na sua especialidade. Cabe ao aluno tirar proveito disso.

Gosto quando as aulas têm continuidade, como, por exemplo, agregar os exercícios passados anteriormente e aos novos.

Certa vez, trabalhamos em círculo produzindo som com as mãos ou quadris e depois repassando o som para a próxima pessoa. Foi divertido e ainda trabalhamos nossa concepção de olhar o outro e tentar identificar qual o próximo movimento, vai ou volta. Uma coisa muito interessante feita, foi irmos ao centro do círculo e olhar todos e depois escolher alguém e entrar no lugar dele, trazendo-o ao círculo. Isso nos permitiu trabalharmos a timidez e inibição.

Outra coisa foi à parada, o corpo não descansou, ele ficou no ponto como se quisesse continuar, mas tinha algo ali barrando.

E por fim, o círculo, o abraço e o impulso. Deitar sobre as costas do outro, por mais que seja algo bem simples, levanta para pegar impulso, disse ele. Chegar ao outro, para mim, é algo bem difícil, por não consigo confiar. Penso que vão me derrubar ou algo do tipo, mas como sou flácida e pesada, amedronta-me imaginar que algo daria errado. Mas enfim, quem sabe um dia.

Não só fazer os exercícios são importantes, mas observar alguns exercícios faz a diferença, principalmente se os compararmos com o cotidiano, podemos vê-los mesmo sem intenção em vários lugares, tais como nas pessoas que estão caminhando por uma rua, passam ente dois. Quando o ônibus chega às pessoas param esperando sua vez e depois andam para subir e assim por diante.

Talvez não sejam bem essas comparações, mas para uma aluna iniciante já é um progresso.

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