INSTITUTO
FEDERAL DO CEARÁ
DEPARTAMENTO DE
ARTES
LICENCIATURA EM
TEATRO
DISCIPLINA: ATOR
INTÉRPRETE
PROFESSOR (A):
Paulo Ess
ALUNA: Maria
Cláudia Costa
DATA: 08/05/2019
A Língua Portuguesa é composta por vários acentos, cada um
com sua função. Contudo, o agudo, talvez o mais utilizado, serve para tornar a
sílaba da palavra àquela que se escuta com mais potência. Divergindo assim a
sílaba tônica das átonas. Toda palavra possui uma silaba tônica, enquanto todas
as demais são átonas. Outra ressalva a se fazer, é que nem sempre a sílaba
tônica vem acentuada, por isso conseguimos identificá-la a partir da tonicidade
com que se fala. Por seguinte, podemos justificar esse questionamento através
da fala a seguir:
Não
pode desperdiçar levianamente as acentuações! Uma ênfase mal colocada distorce
uma palavra ou aleija uma frase, quando deveria, antes, valorizá-la. A
acentuação é um dedo que aponta. Elege a palavra fundamental de uma frase ou
oração. Na palavra assim sublinhada, encontraremos a alma, a essência interior,
o ponto culminante do subtexto. “Você ainda não avalia a importância desse
ponto culminante e, assim, não aprecia plenamente o valor da acentuação”. (p.
207)
Para o ator é fundamental que ele saiba pronunciar bem a
palavra saboreando cada sílaba, dessa forma, tanto sua voz sairá mais bem
impostada quanto melhor o público entenderá todo o texto e contexto. Com base
na necessidade do falar bem, veremos a seguinte pontuação narrada por um aluno
de Tórtsov:
Isso
não é uma acentuação vocal, é uma martelada na cabeça - foi o comentário
caçoísta de Tórtsov. - Mas por que é que acha necessário sair esmurrando suas
palavras? Você não somente faz com que sua voz dê uma boa pancada, mas ainda a
acentua com o queixo e joga a cabeça para frente. (p.208) Muitas vezes,
utilizamo-nos do corpo para dizer o que com palavras não conseguimos expressar.
Para o ator, isso é uma prática aceitadíssima, entretanto, nem sempre é o
bastante. “Mas de fato a coisa é muito mais complexa. Um acento pode indicar
afeição ou maldade, respeito ou desprezo, franqueza ou esperteza; pode ser
ambíguo, sarcástico. Ele serve a palavra numa salva de prata”. (p. 208)
E nesse viés o professor continua interpelando e desafiando
seus alunos. “Agora tentem dobrar o fio fonético da palavra indivíduo numa
variedade de tons”. (p. 209) Por isso “Procurem transmitir o que vocês veem e
sentem, com o auxílio do som, da entonação e de todos os outros meios de
expressão”. (p.209)
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
característica do ser e se "encaixa" diretamente ao lado de um
substantivo, que por sua vez, o dicionário de usos do português do Brasil, de
Francisco S. Borba, classifica-se resumidamente das formas a seguir: que tem
substância ou essência; uma palavra que por si só designa a substância, ou
seja, um ser real ou metafísico; palavra com que se nomeiam os seres, atos ou
conceitos. Por esse motivo, “O adjetivo
caracteriza, dá cor ao substantivo e dá a esse particular indivíduo um lugar de
destaque entre todos os outros”. (p. 210)
Então depois de muitas análises, chegou-se a conclusão de
que “Não adianta ficar ouvindo tão atentamente as suas próprias vozes. Esse
tipo de coisa não é muito diferente da autoadmiração, do exibicionismo. O que
vale não é tanto como a gente diz uma palavra, mas sim como os outros a ouvirão
e a absorverão”. (p. 211) Afinal, às vezes, o ego fala mais alto e o ator pensa
saber tudo e não se preocupa com pesquisas que se feitas viria a beneficiar a
personagem encenada pelo mesmo. Alguns querem logo ir aos finalmente,
esquecendo-se que as entrelinhas beneficiam muito a chegada ao pódio.
Falar, aprendemos ainda pequenos, a pronunciar as sílabas,
formar palavras, mas para o ator pronunciar com precisão é fundamental, pois
ele normalmente não falará para poucos, mas para muitos e todos quererão ouvir
e entender.
Isto
se aplica muito especialmente à linguagem falada em cena. A princípio faça isto
da maneira e do jeito que quiser. Exprima uma das partes contrastantes em tom
alto e a outra em tons suaves; uma num registro de voz agudo e a outra em voz
grave; uma neste ou naquele colorido ou andamento e a outra contrastando. (p. 212)
E por fim, o professor diz: “Cheguei à conclusão de que
antes de aprenderem a acrescentar os acentos vocês precisam descobrir como
diminuí-los. (p. 213)
Temos
que levar sempre em consideração a entonação da palavra dentro do contexto em
que está dito, por exemplo, uma narrativa é diferente de ordem, então nunca
poderiam ser ditas com a mesma intenção.
Referências
Bibliográficas
Stanislavski, Constantin. A construção
da personagem; tradução Pontes de Paula Lima. - 10' ed. - Rio de janeiro:
Civilização Brasileira, 2001.