domingo

Capítulo I: Não Há Docência sem Discência

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ
DEPARTAMENTO DE ARTES
LICENCIATURA EM TEATRO
DISCIPLINA: METODOLOGIA DO ENSINO DO TEATRO
PROFESSOR(A): Paulo Ess
ALUNOS(AS): Delania Melo, Leandro Chavez, Marcos Venícius, Maria Cláudia Costa.
DATA: 27/11/2018


Quando se fala de práticas de ensino ao longo da história, compreendemos que ela já passou por vários vieses, desde o ensino voltado as Ciências, a Filosofia e A Arte da Guerra na Grécia antiga, bem como aquele aplicado no nosso continente em meados de sua descoberta. Neste, em relação à educação, primeiramente, tivemos a figura dos conquistadores e como sabemos todas as conquistas vêm através de guerras. Em nossas terras indígenas não foi diferente, começamos com os Jesuítas e o aculturamento dos Índios, fazendo com que esses perdessem o que tinham de mais importante: sua cultura, para transformá-los em outrem, que até então era desconhecido.

         Por séculos, a catequese coordenou a estrutura de nossa educação até que Marquês de Pombal expulsou a Companhia de Jesus das terras brasileiras. Agora, o ensino assumiria outros termos, basicamente um tripé: Medicina, Direito e Letras, evidente que tivemos outros cursos, porém esses, por muito tempo, dominou o desejo dos discentes. Ainda era pouca a participação feminina. Quando esta começou a figurar no âmbito educacional, foi no ensino de prendas do lar. O século XIX trouxe as tendências pedagógicas por onde caminhou e continua caminhando a educação. Ela se divide em duas vertentes: liberal e progressista, ambas também se subdividem. A primeira em Tradicional, Renovada Progressivista, Renovadora Não Diretiva (Escola Nova) e Tecnicista. Enquanto a segunda está dividida em: Libertária, Libertadora e Crítico Social dos Conteúdos. Partindo dessa premissa e com base nos itens destacados pelo professor, podemos chegar à conclusão de que o ensino faz muitas exigências quanto aos educandos, quanto aos professores.

           Rigorosidade metódica no ensino não é o professor se portar como aquela figura tradicional de outrora, dando a entender que ele é o ser mais importante da sala, enquanto o aluno é um mero espectador e depositário de seu conteúdo. A educação exige que o professor deva passar seu conteúdo, promover o aprendizado do aluno, mostrando ao mesmo a importância que aquele assunto terá em sua vida. Mencionando o que estudar é diferente de apenas ler ou ver algo, é na verdade uma dedicação formal do aluno para com os conteúdos ensinados. O educador precisa tentar mobilizar o aluno no que se refere a investigar e persistir a busca pelo conhecimento.
         Em relação à pesquisa, temos consciência que é quase que impossível falarmos sobre um assunto sem dominá-lo e para que dominemos qualquer temática é preciso que o aprendiz pesquise, estude e explore, seja ele professor ou aluno, pois preparar uma aula ou uma apresentação requer conhecimento prévio do assunto. Por exemplo, um professor estuda, faz ementa, plano de aula e se prepara para repassar aquilo que acha necessário ser estudado por sua classe. Contudo, não podemos nos esquecer das leis que rege a educação, um exemplo disso são os PCNs. Este propõe que tudo que seja repassado em sala de aula venha da vivência dos próprios alunos, dessa forma, encontraremos na classe, dependendo do assunto, conhecimentos não teóricos, mas práticos.
         O pesquisador é aquela pessoa que deseja ir além do seu conhecimento prévio de mundo, além daquele que está sendo repassado em sala de aula, além do conhecimento básico. Afinal, a pesquisa serve para alavancar novos horizontes, neste ponto curiosidade é fundamental, quanto mais curioso você é, mais conhecimento você adquire.
         Como podemos respeitar os saberes dos educandos? Não podemos mais dizer que o aluno é “burro” porque fala errado ou não tem conhecimento disso ou daquilo, pois as práticas pedagógicas atualmente parte não do professor para o aluno, mas ao contrário, aqueles têm que fazer seus planos de aula levando em consideração as vivências dos alunos, partindo do princípio que eles não são iguais, não se pode pensar em ensinar sempre utilizando as mesmas técnicas. Fazendo uso desse conhecimento, citamos o que muito acontece em relação à gramática normativa, raramente falamos como ela nos ensina e por isso somos taxados de ignorantes, porém temos que entender que a função da língua é a comunicação, o aluno pode não falar de acordo com a gramática, mas se entendemos o que ele disse, a língua cumpriu o seu papel. Então, jamais o professor pode desprezar o que os alunos sabem, pelo contrário, as experiências devem ser trocadas e repassadas.
         Criticidade não é criticar por criticar. De acordo com o dicionário online criticidade e a característica de crítico, do que se fundamenta ou é estabelecido a partir de um juízo de valor; habilidade ou capacidade para ser crítico, para julgar, criticar.  A partir desse esclarecimento podemos dizer que toda crítica é bem-vinda desde que fundamentada, não adianta você criticar por criticar: - Ah isso não serve. Contudo, se quer tem outra ideia para colocar no lugar, isso não é ser crítico é desfazer-se de outrem.
         Ensinar exige estética e ética. Estética porque existe um modelo a seguido, um formato que tanto pode ser tradicional ou não ou ainda pode mesclar várias tendências. Todavia, nem sempre é possível fazer essa junção, pois têm alguns modelos mais específicos, como o ensino tecnicista. Só precisa o professor saber que ela pode ser maleável, pois o mais importante é que haja aprendizado. Enquanto a ética parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social. Sendo também um conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade. Isso implica que em qualquer lugar que exista ao menos um ser humano interagindo com o meio, a ética deve estar presente, pois é uma questão de princípio consigo e não com o outro.
         A educação exige risco na aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação. Sabendo disso, podemos partir da premissa de que como vivemos em uma democracia, temos direitos e deveres, isso implica que podemos pensar e agir como quisermos desde que não ultrapasse o direito do outro. Professor e alunos devem trabalhar sempre de forma amigável mesmo que nem sempre estejam de comum acordo.
         Atualmente, a situação da educação está passando por uma crise, isto é, um abismo que envolve toda comunidade escolar. Daí mais que nunca a necessidade da observação, do olhar do professor em relação ao que estar ensinando e compartilhando em sala. É preciso fazer sentido o contexto se não pode desmotivar. Por muitas vezes escutei frases do tipo: - Não sei para que estudo isso, onde usarei? Contudo, os docentes sabem a importância de cada conteúdo, então é preciso motivá-los utilizando o próprio mundo deles como motivação. Zelar pelo bem-estar do aluno é dar oportunidades talvez nunca imaginadas.
         Por fim, devemos respeitar a identidade cultural de todo ser humano, não há certo ou errado, mas sim algo diferente do meu meio. Já temos um passado de autoritarismo e guerras por conta da não aceitação da liberdade humana. Não somos medidos pela mesma régua, então porque temos que ser, pensar e agir todos do mesmo jeito? Conscientizar a respeitar e não impor essa tem que ser a palavra de ordem.

Referências Bibliográficas

Freire, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessário a prática educativa. 

Capítulo 1: não há docência sem discência. São Paulo. Paz e terra. 1996.

Disponível em: <https://www.dicio.com.br/criticidade/> Acesso em: 28 de novembro de 2018.

Disponível em: <http://www.suframa.gov.br/suframa_eticagestao.cfm> Acesso em: 28 de novembro de 2018

Nenhum comentário:

Postar um comentário