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JOGOS E BRINCADEIRAS INFANTIS

 Departamento de Artes
Licenciatura em Teatro

Maria Cláudia Costa

JOGOS E BRINCADEIRAS INFANTIS


Artigo apresentado como requisito parcial para obtenção de nota na disciplina de Metodologia do Ensino em Teatro em 18/06/20188, pelo Curso de Licenciatura em Teatro do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFCE.

Orientador: Profº. Dr. Paulo Ess


Fortaleza – 2018


Resumo

Essa pesquisa buscou diagnosticar assuntos relacionados à temática Jogos e Brincadeiras infantis no tocante a identificar o conceito de ambos, especificar sua existência ao longo do tempo e precisar a relação com o teatro. Para a realização desse trabalho, pesquisamos se haveria diferença semântica entre as duas palavras e quais seriam ou se na verdade seriam sinônimos. Identificamos ainda, porém sem precisão, a data que provavelmente tenha sido a descoberta das brincadeiras bem como a influência sofrida pelas mesmas dos povos que originaram o nosso país. Dentre as várias brincadeiras conhecidas, resolvemos destacar aquelas que mais distraem a criançada, que são a bola, para os meninos; a boneca para as meninas e o tabuleiro para ambos. Contudo, na realidade não há essa divisão, todos brincam com tudo, porque o importante é se divertir. Para que esse trabalho fosse concluído, fizemos uma pesquisa online em vários artigos que trata desse mote, além daquele que trata dos jogos teatrais, para que por fim, pudéssemos alocar tanto as brincadeiras como o desenvolvimento teatral. Assim, desenvolver uma dinâmica que seja divertida e lúdica, porém que também atenda a demanda pensada desde o início.

Palavras-chaves: jogos, brincadeiras e teatro.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo narrar acerca da temática jogos e brincadeiras infantis, isso não implica que essa é voltada apenas para crianças. Veremos ao longo da explicação uma data inicial, segundo pesquisadores, do surgimento ou da abordagem dessas dinâmicas como jogos e brincadeiras. Contudo, essas datas não são precisas.

Buscaremos, ainda, diferenciar os temas jogos e brincadeiras especificando que estão em esferas diferentes, mas dependendo do contexto podem sim, abranger significados iguais.

Veremos que ao longo da história, esses termos vêm sofrendo modificações dependendo do espaço e da conjuntura, no qual estão inseridos, pois podem passar de anjo a demônio no abrir e fechar de boca.

Para Brougère (2004): “Antigamente, a brincadeira era considerada, quase sempre como fútil, ou melhor, tendo como única utilidade a distração, o recreio, e na pior das hipóteses, julgavam-na nefasta”.
“O conceito dominante da criança não podia dar o menor valor a um comportamento que encontrava sua origem própria, por meio de um comportamento espontâneo. Foi preciso, depois de Rousseau, que houvesse uma mudança profunda na imagem de criança e de natureza, para que se pudesse associar uma visão positiva às suas atividades espontâneas”. (Portal Educação)

Esse tema tem grande ligação com a infância, visto que nessa fase chegamos a compreender que tudo pode ser permitido. Brincar é consentido. Mas pretendemos ressignificar esse contexto, pois a idade é o menor obstáculo para que impossibilite uma pessoa de brincar. Todos somos livres, por isso a qualquer tempo é a melhor coisa a se fazer.

No cenário atual, jogos e brincadeiras deixaram de ser unicamente diversão, passando a ser utilizados não mais apenas como um simples passatempo, mas também como atividades físicas bem como no teatro e em outras atividades afins.

A brincadeira é o exercício físico mais completo de todos e é através dela que agregamos valores e virtudes à nossa vida. A falta de valorização do brincar, contribuiu para a realidade que vivemos hoje: as brincadeiras estão entrando em extinção. Brincar, porém, é um momento sagrado.
O adulto, ao permitir-se brincar com as crianças, sem envergonhar-se disso, poderá ampliar, estruturar, modificar e incrementar as experiências das crianças. Ao participar junto com as crianças, ambos aprendem através da interação, constroem significados apropriando-se dos diversos bens culturais. (100 brincadeiras para ensinar/ aprender brincando).

Desse modo, veremos a importância dos jogos e brincadeiras para os seres humanos, sua evolução temporal, o mesmo dentro do contexto teatral e por fim, uma dinâmica para consolidar o assunto.

1.            JOGOS E BRINCADEIRAS AO LONGO DO TEMPO

Os primeiros jogos datam de 776 a.C na Grécia em homenagem a Zeus e por volta de 336 a.C  em Roma. Contudo, não é desses jogos especificamente que queremos falar. Mas sim dos jogos infantis, que datam, segundo alguns pesquisadores, do século XVI.

Pesquisas realizadas revelam que o jogo surgiu no século XVI, e que os primeiros estudos foram em Roma e Grécia, com propósito de ensinar letras. Com o início do cristianismo, o interesse decresceu, pois tinham um propósito de uma educação disciplinadora, de memorização e de obediência. Devido a esse acontecimento, os jogos foram vistos como ofensivos, imorais, que levam à comercialização profissional de sexo, da bebedeira (NALLIN, 2005).  (Portal Educação)

Com o Cristianismo, os jogos e brincadeiras eram vistos como: disciplinador, que servia para a memorização e obediência. Somente com o Renascimento, período que ficou conhecido entre a Idade Média e a Idade Moderna, que esse conteúdo passou a fazer parte do cotidiano de todas as crianças, jovens e até adultos.

No Brasil, a história dos jogos foi influenciada pelos portugueses, negros e índios nas brincadeiras das crianças brasileiras. De acordo com Kishimoto (1993),

foi introduzido nas vidas das crianças brasileiras o folclore português, por meio da oralidade, e assim, foram criados os contos, as lendas, superstições, versos, adivinhas e as parlendas, e também personagens como o bicho-papão, a mula sem cabeça, a Cuca, Lobisomem, e outros, trazidas pelos portugueses e consequentemente se originaram brincadeiras infantis tendo estas personagens.

Em relação às brincadeiras africanas Kishimoto (1993), comenta:

“Em relação aos jogos e brinquedos africanos, Câmara Cascudo, afirma ser difícil detectá-los pelos desconhecimentos dos negros anteriores ao século XIX. Com centenas de anos de contato com o europeu, o menino africano sofreu influência de Paris e Londres. Além do mais, há brinquedos universais presentes em qualquer cultura e situação social como as bolas, criação de animais e aves, saltos de altura, distância, etc., os quais parecem, segundo o autor, estar presentes desde tempos imemoriais em todos os países”.

Dessa forma, os jogos e brincadeiras passaram a fazer parte da construção lúdica dos seres humanos, através de elementos como o canto, a dança, o teatro, a união, laços de amizade, a competição, jogos corporais, gestos espontâneos e ações que levam a imaginar e combinar os gestos ao faz de conta.

2.            A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS PARA OS SERES HUMANOS

A comunicação e o entendimento entre os seres se faz necessário para a convivência em sociedade. Contudo, mas do que isso é preciso uma construção da reflexão, da autonomia, da criatividade para uma melhor interação social. E onde melhor podemos encontrar, conquistar e descrever essa relação, do que nos espaços de jogos e brincadeiras?

Para Piaget (1978, p. 123),

Os jogos são caracterizados em três grandes tipos: jogos de exercícios (0 a 2 anos), jogo simbólico (2 a 6 anos) e jogo de regras (6 anos em diante). Segundo o próprio autor, é “a função é que vai diferenciar esses jogos que não têm outra finalidade a não ser o próprio prazer do funcionamento.

Isso implica em dizer que, os seres nasceram para estarem juntos, relacionando-se de alguma maneira e que essa interação pode vir desse meio.

3.            CURIOSIDADES

A Boneca surgiu na África e na Ásia, aproximadamente 40.000 a.C, eram feitas de estatuetas de barro usadas em rituais. Também foram encontradas bonecas de madeiras em túmulos de crianças egípcias.



A Bola apareceu no ano de 4.500 a.C. eram redondas ou ovais, feitas dos mais variados materiais: Bambu (Japão), crina de animais (China),Tiras de couro, penas de aves ou bexigas de boi (Grécia e Roma).


 O Jogo de Tabuleiro surgiu aproximadamente em 2.300 a.C., eram usados tabuleiros de papiros e peças de pedra ou marfim como instrumentos divinatórios pelos faraós. O Jogo de Dama surgiu em 2.500 a.C. como maneira de prever tempos de guerra.


4.            RELAÇÃO JOGOS E BRINCADEIRAS COM O TEATRO

De acordo com as competências e habilidades inseridas e comentadas dentro da disciplina de arte, podemos entender que aquela é o conhecimento que temos em relação ao assunto e essa é a melhor maneira de aplicá-la na prática.

Partindo desse pressuposto, podemos mencionar que foi observando as brincadeiras infantis que os estudiosos e professores do teatro passaram a incorporar essas atividades do cotidiano nesse mundo de encenações.

Com isso, o teatro tornou-se mais rico e lúdico, proporcionando prazer a quem os pratica. Todavia, é preciso deixar claro que isso não aconteceu apenas com os jogos, mas com outros campos que influenciam nas produções artísticas individuais e/ou coletivas, nas linguagens da arte como no caso da música, das artes visuais, da dança, entre outros.

5.            DINAMIZANDO

O jogo teatral conhecido como “Sequestro” é desenvolvido em sete passos, são eles: a escolha da vítima, manter-se o mais distante possível, aproxima-se, mas não muito. Depois vem o ataque. Em seguida larga a vítima, mas não se afasta. Por fim, afasta-se da vítima e vira de costas.

Para tanto, nessa apresentação faremos somente os quatro primeiros passos. Pois em comparação com as brincadeiras, diremos que essa dinâmica se mescla com os seguintes jogos infantis: Pega-pega, no qual as crianças correm para pegar umas as outras e polícia e ladrão, onde elas se dividem em dois grupos: um caça e o outro é caçado.

CONCLUSÃO

Este estudo objetivou identificar terminologicamente as definições de jogos e brincadeiras, bem como especificar de que maneira passaram a fazer parte do nosso cotidiano e sua aplicação nas aulas de teatro.

Mostramos, ainda, três curiosidades acerca das brincadeiras mais conhecidas e queridas das crianças, são elas: a boneca, a bola e o tabuleiro.

Também se debateu a importância das atividades lúdicas, que nos proporciona felicidade em realizar. Partindo dessa explicação, citamos de que maneira os jogos e brincadeiras influenciaram no universo teatral.



PLANO DE AULA


1. IDENTIFICAÇÃO

Área: Artes
Disciplina: Metodologia do Estudo do Teatro
Ponto: Jogos e Brincadeiras Infantis

Data: 18/09/2018
Horário: 16:00
Professores: Maria Cláudia Costa

2. PLANO

OBJETIVOS:
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
RECURSOS:
·     Identificar terminologicamente as definições de jogos e brincadeiras.
·     Especificar de que maneira os jogos e brincadeiras passaram a fazer parte do nosso cotidiano.
·     Aplicar os jogos e brincadeiras nas aulas de teatro.
·       Jogos e brincadeiras infantis
·       Contextualização
·       Dinâmica
·       Projetor
·       Pendrive


3. PROCEDIMENTOS

INTRODUÇÃO:
Contextualização histórica dos jogos e brincadeiras ao longo do tempo. Referenciando algumas mais conhecidas.
Finalizando com uma dinâmica que engloba os jogos e brincadeiras dentro do espaço teatral.
DESENVOLVIMENTO:
Partindo da explicação acerca da evolução dos jogos e brincadeiras, pretendemos fazer com que essa temática influencie no universo teatral.
CONCLUSÃO:
Ao final, teremos uma dinâmica para por em prática tudo que vimos durante o desenvolvimento desse conteúdo.

4. AVALIAÇÃO:

Ao final da dinâmica, identificar se os participantes conseguiram entender e concretizar toda a ação.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Brasil Escola. Disponível em: <https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-importancia-brincar-na-educacao-infantil.htm>. Acesso em 6 de setembro de 2018.

Colunista Portal Educação. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/origem-dos-jogos-e-brincadeiras/32269>. Acesso em 6 de setembro de 2018.

Jogos e Brincadeiras Populares. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1925-6.pdf>. Acesso em 6 de setembro de 2018.

Kishimoto (1993, p.16) afirma que “para entender a origem e o significado dos jogos tradicionais infantis, primeiro é preciso investigar as raízes folclóricas que são responsáveis pelo seu nascimento”.

PIAGET, J. O. Nascimento da inteligência na criança. ed. Rio de Janeiro: Zahar,
1978.

Superinteressante. Disponível em: < https://super.abril.com.br/blog/superlistas/conheca-a-origem-de-6-brincadeiras-populares/>. Acesso em 6 de setembro de 2018.

UOL Educação. Disponível em: < https://educacao.uol.com.br/planos-de-aula/medio/portugues-jogos-teatrais-com-objetos.htm>. Acesso em 6 de setembro de 2018.

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