Hoje,
a aula foi contemplada por uma avaliação, isto é, um teste prático de encenação.
Sendo que todos apresentariam um monólogo e a junção destes resulta no texto de
Bertold Brecht A Incrível Ascensão de
Arturo Ui.
A aula teve início com o aquecimento do
qual eu não participei, pois os exercícios que estavam fazendo, minha condição
física não me permite fazer. Depois, todos fomos estudar o texto que seria
apresentado no segundo tempo. Algumas pessoas incorporaram muito bem a
personagem, não só através do figurino, mas também da fala, da caracterização
entre outros por menores. Entretanto, outras pessoas, eu, no caso, levei apenas
o pedido pela professora, o blazer. Muito pior, era aquelas alturas, ainda, não
ter conseguido memorizar a fala e pior ainda, colocá-lo no corpo. Aflita.
O texto era bem simples. Ainda não li o
livro por completo, mas se tivesse lido com certeza teria caracterizado melhor
a personagem, pois desde o primeiro momento em que eu li, percebi que Arturo Ui
era um personagem sarcástico, que joga com as pessoas. Ele vai utilizando
adjetivos para aparentar uma pessoa pacata e preocupada com o próximo, mas que
na realidade ele está zombando do sujeito. Então para compor melhor a parte
designada a mim, eu peguei dois trechos anteriores. A princípio pensei em fazer
tudo como se fosse o próprio Arturo falando. Contudo, o monitor, que foi
substituir a professora, deu-me a ideia de fazer como abertura e fechamento,
narrativas, isto é, introduzir os dois parágrafos e finalizar como uma narradora.
Fiz dessa maneira, para separar a narradora do personagem, fiz uso de uma
cadeira. Iniciei narrando atrás dela e quando passei a frente já era o
personagem. Terminei quebrando a quarta parede, fazendo uma pergunta
diretamente ao público.
Fiquei muito feliz com as observações
da professora. Falou que ao rir separei as duas pessoas e não precisei esperar
para iniciar e também com as palavras de um colega que achou que ao rir eu não
continuaria a cena. Várias faces de uma interpretação. Fiquei tão animada que
disse que tinha rido de nervoso, falta de confiança é um defeito. Mas ouvir estas
palavras da professora ajuda-me muito a continuar. Sabe aqueles momentos em que
a gente pensa: - isso não serve para gente, mas aí do nada você faz um gesto
que é bem visto e as coisas começam a fazer sentido, foi assim que me senti.
Ainda tenho muito a aprender, a me soltar e deixar a personagem falar.
Assistir as outras apresentações serve
de gatilho para futuras exibições, aprendemos mais vendo que lendo.
Cenas que me chamaram a atenção:
Marcília com um paletó bem maior que
ela. Ao sentar na cadeira assumiu ser maior do que é. Postura de mafioso.
A Nataly deixou-me muito em dúvida, uma
hora não tinha o bigode, um segundo depois tinha. Fiquei me perguntando se
estava ali desde o começo.
Rafaela com o suspensório e o paletó
que não conseguia vestir, que mafioso enrolado, como consegue matar alguém ou
será que é isso que ele quer que pensemos?
Encenar a história em partes e depois
tentar juntá-las visualmente é muito complicado, mesmo vindo em ordem
cronológica, porque se perder uma fala, uma cena, a história deixa de fazer
sentido.
Um homem que brinca com as palavras e
com a vida das pessoas a seu bel prazer se quer deveria chegar ao poder,
imagina ser o líder de algo maior.
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