sábado

DISCIPLINA ATOR NARRADOR - PROTOCOLO Nº 13

Hoje, a aula foi contemplada por uma avaliação, isto é, um teste prático de encenação. Sendo que todos apresentariam um monólogo e a junção destes resulta no texto de Bertold Brecht A Incrível Ascensão de Arturo Ui.

A aula teve início com o aquecimento do qual eu não participei, pois os exercícios que estavam fazendo, minha condição física não me permite fazer. Depois, todos fomos estudar o texto que seria apresentado no segundo tempo. Algumas pessoas incorporaram muito bem a personagem, não só através do figurino, mas também da fala, da caracterização entre outros por menores. Entretanto, outras pessoas, eu, no caso, levei apenas o pedido pela professora, o blazer. Muito pior, era aquelas alturas, ainda, não ter conseguido memorizar a fala e pior ainda, colocá-lo no corpo. Aflita.

O texto era bem simples. Ainda não li o livro por completo, mas se tivesse lido com certeza teria caracterizado melhor a personagem, pois desde o primeiro momento em que eu li, percebi que Arturo Ui era um personagem sarcástico, que joga com as pessoas. Ele vai utilizando adjetivos para aparentar uma pessoa pacata e preocupada com o próximo, mas que na realidade ele está zombando do sujeito. Então para compor melhor a parte designada a mim, eu peguei dois trechos anteriores. A princípio pensei em fazer tudo como se fosse o próprio Arturo falando. Contudo, o monitor, que foi substituir a professora, deu-me a ideia de fazer como abertura e fechamento, narrativas, isto é, introduzir os dois parágrafos e finalizar como uma narradora. Fiz dessa maneira, para separar a narradora do personagem, fiz uso de uma cadeira. Iniciei narrando atrás dela e quando passei a frente já era o personagem. Terminei quebrando a quarta parede, fazendo uma pergunta diretamente ao público.

Fiquei muito feliz com as observações da professora. Falou que ao rir separei as duas pessoas e não precisei esperar para iniciar e também com as palavras de um colega que achou que ao rir eu não continuaria a cena. Várias faces de uma interpretação. Fiquei tão animada que disse que tinha rido de nervoso, falta de confiança é um defeito. Mas ouvir estas palavras da professora ajuda-me muito a continuar. Sabe aqueles momentos em que a gente pensa: - isso não serve para gente, mas aí do nada você faz um gesto que é bem visto e as coisas começam a fazer sentido, foi assim que me senti. Ainda tenho muito a aprender, a me soltar e deixar a personagem falar.

Assistir as outras apresentações serve de gatilho para futuras exibições, aprendemos mais vendo que lendo.

Cenas que me chamaram a atenção:

Marcília com um paletó bem maior que ela. Ao sentar na cadeira assumiu ser maior do que é. Postura de mafioso.

A Nataly deixou-me muito em dúvida, uma hora não tinha o bigode, um segundo depois tinha. Fiquei me perguntando se estava ali desde o começo.

Rafaela com o suspensório e o paletó que não conseguia vestir, que mafioso enrolado, como consegue matar alguém ou será que é isso que ele quer que pensemos?

Encenar a história em partes e depois tentar juntá-las visualmente é muito complicado, mesmo vindo em ordem cronológica, porque se perder uma fala, uma cena, a história deixa de fazer sentido.

Um homem que brinca com as palavras e com a vida das pessoas a seu bel prazer se quer deveria chegar ao poder, imagina ser o líder de algo maior.

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