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DISCIPLINA ATOR NARRADOR - PROTOCOLO Nº 01

Com base nas principais características do teatro épico, podemos observar que o palco é quem narra a ação, transformando o espectador em observador, isso o leva a pensar e formular uma opinião própria em relação a cena. Dessa forma, podemos inferir que esse tipo de teatro proporciona conhecimento.

Partindo dessa ideia, podemos dizer que o homem é a peça chave para o processo, isto é, o homem que passa a ser o objeto de investigação que se transforma e modifica o meio em que está inserido. O teatro épico ainda trabalha com argumentos, tomada de consciência, afirmando que a cena existe por si mesma.

Então, partindo desses princípios, podemos fazer um compêndio entre as características definidas acima, o texto “Cenas de rua” e o filme “Cronicamente inviável”.

O texto é de cunho narrativo e descritivo trazendo características como: coros, projeções, luta de classe e diferentes tensões. Traçando um esquema base entre o teatro épico e o texto, é possível encontrar uma linguagem habitual e natural dentro de um contexto cotidiano que é um acidente de trânsito.

Um certo acidente ocorrido em local indeterminado e momento não especificado é reproduzido por um narrador que pode ou não ter presenciado o fato, para um expectador que formará, a partir da história ouvida, seu juízo crítico de valor.

É importante lembrar que a pessoa que narra a história não precisa ser ator, precisa apenas conhecer o objeto narrado, saber descrever o lugar do ocorrido, objetos e corpos envolvidos. Lembrando que a reprodução não precisa ter ou repassar o mesmo sentimento do momento do ocorrido, daí a necessidade de uma vivência de natureza emocional, porque a descrição deve obedecer a um compromisso social, permitindo e dando a liberdade ao narrador de não precisar imitar integralmente a atitude de suas personagens.

Fazendo um paralelo entre o texto e o filme, observamos que ambos apresentam situações do cotidiano. Enquanto o texto mostra uma situação corriqueira, que acontece diariamente em todas as partes, o filme traz ao menos seis. E ainda traçando um paralelo com o teatro de Brecht podemos dizer que o homem é o objeto da cena, pois a situação vista ao passar na rua ou ouvida da boca de alguém, remete-nos a algo já vivenciado por nós ou terceiros.

O filme narra a história de personagens diversos com suas vidas comuns. Demonstra as vivências do cotidiano, de pessoas que vieram da periferia ou das altas rodas da sociedade. Temos pessoas ricas que reconhecem a importância de outros pessoas que reagem ao sofrimento sentido durante à vida inteira. A revolta de crescer brincando com a filha da família rica e mais tarde, torna-se empregada da mesma. Em conta partida, a mulher rica se compadece do ladrão que tentou assaltar seu filho e foi impedido por populares. Todavia, esses só viram o roubo, porque enxergar os subtextos é insignificante.

São seis personagens que compartilham algumas histórias e outros que nem ao menos se conhecem, mas que estão dentro da mesma atmosfera de incompreensão e desespero. Contudo, não posso deixar de mencionar o narrador, que se indaga o porquê daquelas situações esdrúxulas, mas que segue a correnteza, por não saber ou não ter forças para sobressair, pois entender que as coisas devem ser modificadas pode ser o primeiro passo, mas não saber ou não querer fazer, é caminhar em areia movediça.

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