sábado

DISCIPLINA ATOR NARRADOR - PROTOCOLO Nº 03

Todos sabemos que o teatro exige de seus atores muita concentração. Está é essencial para que a cena seja sentida em sua plenitude máxima e, por conseguinte seja desenvolvida com exatidão, precisão, emoção, sutileza, técnica e que leve ao público contemplações verdadeiras.
         
Não estar bem física ou psicologicamente não é propício, pois não haverá essa entrega tão exigida. Hoje, pude perceber bem isso, pois fisicamente não estou em plenitude, mas não foi por isso que deixei de fazer a aula. Parto do princípio que é melhor diminuir o ritmo do que desistir. Entretanto, não sei se é uma decisão acertada.
      
Quando entrei no teatro passei a escutar muito a palavra generosidade, pode ser que algum dia, tenha me deparei com o oposto, mas até hoje em todos os lugares que pratiquei o teatro foi isso que vi e recebi. A frase: faça dentro do seu limite nunca foi tão verdadeira. Contudo, não é por isso que o ator tem que desistir, porque o jogo teatral é tão envolvente e mágico que faz com que todas as dores deem força à continuidade. Então mesmo não estando plenamente bem, a aula foi bem proveitosa. É impossível não haver comparações, mas não para dizer que esse é melhor que aquele, mas no sentido de termos profissionais diversos ministrando a mesma aula. Mesmo sendo pessoas de ideologias iguais o aproveitamento foi excelente como em todas as outras.
Na aula de hoje, demos continuidade aos exercícios passados anteriormente e foram integrados novos, como em círculo fazer um som e com as mãos ou quadris repassar o som para a próxima pessoa. Foi muito divertido e ainda trabalhou nossa concepção de olhar o outro e tentar identificar qual o próximo movimento vai ou volta. Uma coisa muito interessante que o professor fez, foi irmos ao centro do círculo e olhar todos e depois escolher alguém e entrar no lugar dele e ele tomaria o nosso lugar no meio círculo. Isso permitiu trabalharmos a timidez e inibição.
         
Outra coisa foi à parada, pois para quaisquer pessoas, parar é sinônimo de descansar, mas foi nos dito que paramos, porém o corpo não descansa, ele fica no ponto como se quisesse continuar, todavia, tem algo ali barrando essa continuidade.
         
E por fim o currículo, o abraço e o impulso. Deitar sobre as costas do outro por mais que seja algo bem simples e levantar para pegar impulso e chegar ao outro, para mim é algo bem difícil que não consigo confiar. Não que pense que vão me derrubar ou algo do tipo, mas como sou flácida e pesada me amedronta imaginar que algo daria errado. Mas enfim quem sabe um dia.
         
Se formos observar alguns exercícios com o cotidiano podemos vê-los mesmo sem intenção em vários lugares: Nas pessoas que estão caminhando por uma rua, passam ente dois, mesmo sem saber. Quando o ônibus chega às pessoas param e depois andam concomitantemente. Talvez não seja bem essas comparações, mas para uma aluna iniciante como eu, enxergar nos subtextos já um progresso.
         
De acordo com o texto “trabalho do ator”, em alguns cursos de formação do ator eles dão mais atenção aos conflitos efetuados em cena do que as tensões. Visto que os conflitos aparecem ao longo da narrativa esperando um provável desfecho enquanto as tensões são o que podem servir de base para gerar esses conflitos. A tensão pode ser gerada a qualquer momento por qualquer motivo, podendo ser em um movimento, ao sentir fome ou no encontro marcado.
         
Quando a tensão e advinda predominante do corpo, o ator se preocupar menos com a fala e mais nos movimentos de forma conclusiva. Contudo, não é legal acumular tensões no corpo. Até mesmo o pensamento pode gerar uma tensão. Outro fato que pode ocorrer tensão, é na tentativa de adivinhar o que vai acontecer ao seu redor. Ela também pode diminuir ou aumentar, pois se ficar numa linearidade a situação se tornará cansativa.
         
E por fim, temos os pontos que podem causar bloqueios no ator: desgaste ou retenção físicos, o uso do tempo, por uma palavra dito com tonalidades diversas do natural, a criação de estereótipos, no trabalho com um companheiro ou em uma abordagem de uma personagem. A tensão, a meu ver, é causada sem que haja um controle da pessoa, ela se forma do nada.

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