Re-Talho faz parte da minha vida,
é um pedaço enorme de mim. Espetáculo que marcou minha estreia no palco
principal do Teatro José de Alencar.
Quase não me inscrevi para o CPBT
por conta da artrose que tenho nos dois joelhos, mas minha amada Edla Maia disse:
vá, todos temos problemas. Então fui. Nas últimas me escrevi. Pensei, aproveitarei
muitíssimo a primeira semana, se sair já foi um aprendizado. Contudo, passei
para o segundo módulo e depois para terceiro e enfim, cheguei à montagem. As
coisas foram se intensificando. Antes eram dois dias por semana, passaram para três,
quatro e já nos últimos meses estávamos quase morando no teatro, era de segunda
a sexta de noite. No sábado, chegávamos às 14 horas e domingo às 10 horas sem
hora para sair. Saudade dos nossos almoços de domingo, dos cochilos à tarde. Até
as desavenças, as brigas, as discórdias eram em nome de um filho que estava
para nascer e nasceu no dia 26 de agosto de 2018. Foram três dias. Eram para seis
apresentações, mas lotou tanto que logo no primeiro dia que seria apenas uma, foram
duas. No segundo dia foram duas e no terceiro, que era para ser duas foram quatro.
Faria mais se preciso fosse. Apesar de que eu acho que o rendimento não é o
mesmo.
Descanso para quê? Uma semana
depois, estávamos em Guaramiranga. Posteriormente voltamos ao Teatro José de
Alencar. Em seguida, fomos para Russas e depois ao CCBJ. Ainda, apresentamos uma
desmontagem para as mães que nos cederam suas histórias e para mais quem
quisesse ir. Nunca tinha participado de nada igual, muito gratificante poder
conversar e compreender que a vida vai além do nosso umbigo, poder ajudar mesmo
que seja só um pouquinho já nos torna melhores.
Por fim, teremos mais uma apresentação em janeiro também no Teatro José de Alencar. Pretendemos ir aos Cucas dentre outros lugares, contudo e por mais generosidade que o teatro tente nos passar nem sempre as coisas andam muita festivas, pois existem pessoas que querem assumir um posto que não deve existir, afinal, a linha tem que ser horizontal e não vertical, então provavelmente a professora e diretora de Re-Talho - espetáculo de conclusão do Curso do Princípios Básicos de Teatro do Teatro José de Alencar turma da noite 2017/2018 fique até a apresentação de Janeiro. No meu caso especificamente, vou até onde Neidinha Castelo Branco for, não queria que fosse assim, queria seguir até o fim, esgotar o tema, mas para mim é muito desgastante ter muitos diretores ao invés de atores, por outro lado, também temos seguir. Foi bom enquanto durou. Será bom enquanto durar. Podemos criar outras coisas depois, mas não sei no que vai dar. Pretendo continuar como monitora na próxima turma que vai abrir. Ainda não sei que caminho devo seguir. Gostei de tudo que vivi, mesmo sabendo que poderia ter aproveitado muito mais. Re-Talho me ensinou muita coisa, apresentou-me muitas pessoas e me ajudou a ser quem eu sou hoje.
Gratidão Eterna