Um
dos maiores nomes do teatro cearense do século XX, contista, romancista, ator,
locutor de rádio, pioneiro da TV local, foi querido por muitos e ganhou a
antipatia de outros tantos.
Findo
o tempo do homem sobre a terra, o que dele sobrará? Afetividades e malquerenças
também se gastam, diluem-se. Então restarão
as obras.
Manuel
Eduardo Pinheiro Campos nasceu no dia 11 de janeiro de 1923 em Guaiúba, que até
então era distrito de Pacatuba.
Após
a morte do pai, fica aos cuidados dos tios João Pereira Campos e Isabel Eduardo
Campos, pais do poeta Artur Eduardo Benevides, seu primo-irmão, também nascido
em 1923.
Nos
anos 30, a família vem residir na rua do Imperador no centro de Fortaleza,
passando esse a ser o principal cenário de sua vasta obra literária iniciada na
década de 40 no grupo Clã.
Estreou
em 1943, com o livro de contos Águas
Mortas.
Em
1946 ele lançou Face Iluminada e três
anos depois, A Viagem Definitiva.
Em
1948 conclui o curso de Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade
de Direito do Ceará.
A
programação da pioneira TV Ceará era toda feita aqui, incluindo teleteatros que
revelariam o dramaturgo – além de atores, como Emiliano Queiroz, que atuou em A Morte Prepara o Laço, em 1962. Outro
texto de Eduardo Campos, Os Deserdados,
produzido nos estúdios do velho Canal 2, chegou a ser finalista em Barcelona,
na Espanha, numa competição internacional de programas de TV.
Os
anos 60 foram emblemáticos para o dramaturgo. Nessa década Eduardo Campos
escreve algumas de suas peças mais famosas, Morro
do Ouro representada 350 vezes e Rosa
do Lagamar mais de 500, ambas encenadas,
também, pela Comédia Cearense. Estes textos, além de A Donzela Desprezada, foram reunidos no livro: Três Peças Escolhidas, um dos dez indicados ao vestibular da UFC.
Em
uma entrevista recente, relata Eduardo Campos sobre suas peças: “O que escrevi
representa uma fase importante do nosso teatro. Nem tanto pelo talento
literário ou pela própria qualidade dramatúrgica das peças. Mas principalmente
pela mensagem que consegui transpor para o palco sobre nossa linguagem, nossos
costumes, nosso cotidiano”.
Eduardo
Campos é um mestre do conto psicológico. No conto O Afogado, do livro As
Danações, o drama parece ir se deslocando não de lugar, mas de personagem,
sob a óptica do narrador onisciente, que aqui e ali dá voz a algumas
personagens secundárias.
Eduardo
Campos não era homem de fazer rascunhos. Escrevia ligeiro. E sabia - sem
petulância - que estava trabalhando para a posteridade.
"Estou
mais vaidoso. Sinto que meu tempo na vida está acabando. Ontem o ponteiro do
relógio parou”. Manoel Eduardo Pinheiro Campos, o Manuelito, que tinha na
Literatura o seu refúgio confesso, foi em busca de outras paragens.
Contos:
Águas
Mortas (edições Clã, 1943)
Face
Iluminada (edições Clã, 1946)
A
Viagem Definitiva (ed. Fortaleza, 1949)
Os
Grandes Espantos (ed. A Comédia Cearense, 1965)
O
Abutre e Outras Histórias (Imprensa Universitária, 1968)
As
Danações (ed. A Comédia Cearense, 1967)
O
Tropel das Coisas (ed. O Cruzeiro, 1970)
Dia
da Caça (ed. Cátedra, 1980)
O
Escrivão das Malfeitorias (ed. Edigraff, 1993)
A
Borboleta Acorrentada (Coleção Alagadiço Novo, UFC, 1998)
O
Pranto Insólito (Coleção Alagadiço Novo, UFC, 2000)
Teatro:
O
Demônio e a Rosa (ed. Clã, 1948)
O
Anjo (ed. Clã, 1965)
O
Morro do Ouro (ed. A Comédia Cearense, 1965)
A
Rosa do Lagamar (idem, 1965)
A
farsa do cangaceiro astucioso (idem, 1985)
Teatro
Completo de Eduardo Campos, volumes 1 e 2 (UFC, 1999)
A
Última Ceia do General (ed. Livro Técnico, 2004)
Folclore:
Medicina
Popular (ed. Clã, 1951)
Estudos
do Folclore Cearense (ed. UFC, 1960)
Folclore
do Nordeste (ed. O Cruzeiro, 1973)
Cantador,
Musa e Viola (ed. Americana/MEC, 1973)
Romances:
O
Chão dos Mortos (ed. O Cruzeiro, 1964)
A
Véspera do Dilúvio (Record, 1968)
Ensaios:
As
Irmandades Religiosas do Ceará Provincial (Secult, 1980)
A
Fortaleza Provincial: urbana e rural (IOCE, 1982)
Revelações
da Condição de Vida dos Cativos do Ceará (IOCE, 1983)
A
Viuvez do Verde (IOCE, 1983)
50
Anos da Ceará Rádio Clube 1934-1984 (IOCE, 1984)
Capítulos
de História da Fortaleza do Século XIX (ed. UFC, 1985)
O
Ideário de Manezinho do Bispo (Gráfica do Senado, 1992)
A
Gramática do Paladar (Coleção Alagadiço Novo, UFC, 2000)
A
Medicina da Fome e outros estudos (ed. Livro Técnico, 2007)
Biografia:
Gustavo
Barroso: Sol, Mar e Sertão (Coleção Alagadiço Novo, UFC, 1988)
Edson
Queiroz (Coleção Terra Bárbara, Edições Demócrito Rocha, 2006)
Memórias:
Na
Flor da Idade (ed. Tukano, 1991)
O
Inquilino do Passado (Coleção Alagadiço Novo, UFC, 1997)
A
Volta do Inquilino do Passado (idem, 1998)
Principais Temáticas
de Os Deserdados
· Sertanejo
· Preconceito: anjo
negro
Xavier: (Conduzindo Hortênsia ao meio da
cena) Acalme-se. Há de se entregar tudo às mãos de Nosso Senhor. (Pausa) Filho
é gente que nasce do nosso sangue, como árvore que brota da terra... Mas, se
chamado por Deus, é anjo.
Hortênsia: (Emocionada) Anjo?!
Xavier: (Descritivo) Anjo bonito, de
asas, como os que se veem em santinho de lembrança de primeira comunhão.
Hortênsia: (Que parece não o ter
escutado) Você disse, anjo? (Pausa, triste) Ele é preto, Xavier. Rompe em choro
forte. Xavier repousa a mão sobre o seu ombro, carinhoso) No céu não há lugar
para um anjo negro como meu filho. (Outro tom, sob mágoa) Os pretinhos quando morrem
vão apavorar os outros, como o negrinho do pastoreio...
Xavier: E o que tem isso? Sempre ouvi
dizer que Deus fez o mundo pretendendo a igualdade dos homens. Os meninos
pretos e brancos hão de estar nesta conta, na conta de Deus. (Pausa) E como não
falha a conta de Deus! (p. 240)
· Seca
· Patrão opressor
· A morte
· A chuva tão
esperada
· O descredito em
Deus
· Morto operando
milagre
· Empregado fiel,
mas não reconhecido
· Menina pobre que
se deslumbra com o velho rico
· Espelho =
fascínio
· Ideia da beleza
para corromper os homens
Esmeralda: No interior do casebre, do
lado direito, que é a casa de Xavier, enche-se de interesse pelo espelho que em
suas mãos adquire um fascínio diferente. Vendo-se na pequena lâmina) Eu nunca
me vi antes! Agora sei que sou bonita, que posso transformar a cabeça dos homens.
Sei que o velho me quer. Mas há de sofrer muito, porque não serei fácil como as
outras. (p. 257-258)
· Augusto como
velho corruptor
· História se
passa em mais ou menos 1945 (referência 1930)
· Pecado de Deus
· Opressão do
oprimido
Hortênsia: Bata na boca para não ser
castigado! Você tem de acreditar em meu filho; por intermédio dele é que nos
haveremos de salvar. (Profecia) Minha missão na terra, agora compreendi, é
receber as mensagens do anjo e mostrar a todos o caminho da salvação. (p. 263)
Hortênsia: (Erguendo a Voz) Como ousa
desmentir-me, Você é um mutilado infelicitado pelas artes do demônio. E o
demônio tem vários nomes. Um deles é Augusto. (Pausa) Você não sabe ainda, mas
vai ser escolhido pelo Anjo para vingar a morte de meu marido... (p. 270)
· Pedrinho como
anjo
· Gedeão mutilado
Hortênsia como
causadora de medo: Esmeralda e Gedeão
Augusto diz que
cercará o açude: desejo de dominação
Augusto: (Pensativo. depois,
resolvendo-se) É logo passar uma cerca em volta dele. A fome e a seca trarão
para cá uma onda de desocupados. E eu não quero perder a água do açude.
Alípio: Mas cercar o açude? O povo não
tem aonde ir busca? água!
Augusto: (Interrompendo) Eu sei o que
estou fazendo. Você não recebe meu dinheiro para me censurar.
Alípio: Falei por falar. (Pausa) Mas
receio que os homens se revoltem. Ninguém vive satisfeito com o senhor.
Principalmente depois do caso de Hortênsia.
Augusto: Não quero ouvir conselhos. Sei
o que estou fazendo. Decidindose) Assumo a responsabilidade pelos meus atos.
(Pausa) Volte para o seu trabalho e não me aborreça mais. (p. 275)
· A briga pela
posse da terra
· Augusto cheio de
si
· O dinheiro personalizado
como um deus
Augusto: Fora! Pensa que me amedronta?
Fora! (Alípio sai) Vá para o inferno! Eu não temo a famintos... (Principia a
rir) Aqui eu tenho queijo e pão pata saciá-los... Venham! Venham! (Pausa)
Pensam que me poderão roubar? Nunca! O meu dinheiro está bem guardado! (Vozerio
distante) Venham! Vai set engraçado. Vou achar graça quando Hortênsia me vir
tirar o dinheiro e começar a comprar os seus fanáticos... E não darei a cada um
mais de cem! Venham para cá, venham! (Fecha a porta. Começa a empilhar caixões
que existem no barracão) Não entrarão aqui com desordem! Só se me pedirem.
.Patrão Augusto, podemos entrar? .Terá que ser assim. (Vozerio perto) Será que
estão vindo? (Pausa) E se não quiserem o meu dinheiro? (Pausa). Tom) Não. Todos
são iguais... todos gostam de dinheiro... (Vozes perto. Há pancadas na porta) Não
derrubem a porta! Não façam isso! Tenho dinheiro para cada um! (Pausa.
Prossegue o barulho) Eu disse: dinheiro para cada um! (Sob tensão, nervoso, vai
a um canto e se apodera de um rifle) Para longe, por favor... Pata longe! Eu
estou armado. Atiro! (Aumenta o ruído) Escutem! Eu quero viver! Eu preciso
viver! Depois de um instante) Esmeralda! Onde está você, Esmeralda? (O rifle
escapa-lhe das mãos enquanto principiam a tocar fogo no barracão. Cena no
escuro) (Luz na Cena de Xavier.) (p. 292)
· O barracão é
queimado
· Xavier –
desapego – capital
· Ideia do milagre:
1º A cura de Gedeão
Gedeão: Eu
jamais poderei andar como os outros. Terei de viver como um animal ferido, me
arrastando.
Hortênsia: Você
precisa de fé. Acreditar numa pessoa que lhe revele todas essas coisas: em mim.
Meu filho morreu para que o Senhor perdoasse os pecados dessa gente. E só
depois veio a chuva. Gedeão (Nervoso, indeciso) Ah, não tenho força. Quero
acreditar e me falta algo. Para andar preciso me apoiar nessa muleta. Quando
era mais moço se compadeciam de mim. Agora, estou crescido, vivo da caridade alheia.
Para que sirvo? (Chorando) Sou um inutilizado, d. Hortênsia... inutilizado...
(Triste) Sabe o que significa essa palavra?
Hortênsia: Tenha
fé; você vencerá. (p. 281)
Hortênsia:
(Encarando-o) Ande! Você pode andar! (Quase histérica) Ande! Levante-se e ande.
Gedeão: (Débil)
Não, eu sou fraco. Não tenho resistência. Sou um pobre homem inutilizado. Para
que sirvo eu, mulher? Para servir de sentinela aos que morrem? Para vigiar
menino?
Hortênsia:
(Forte) Você andará! Surpreenderá a todos.
Gedeão:
(Encobrindo o rosto com a mão) Não! Não mereço tamanha graça! O Anjo não se
lembrará de mim.
Hortênsia: (Enérgica)
Gedeão, ande! (Aproxima-se dele) Você vai andar. Acredite na revelação divina.
Meu filho, por meu intermédio, ordena-lhe que ande como qualquer outro mortal.
(Arrebata-lhe a muleta) Ande!
Gedeão: Perdendo
o equilíbrio) Eu caio! Não me deixe assim! Vou cair! Meu Deus, como sou
miserável!
Hortênsia: Ande!
Você não cairá... Não cairá! Não cairá! Não cairá!
Gedeão: (Um
esforço tremulo) Sim, eu andarei. Eu andarei... Andarei... Principia a se
locomover sozinho, com dificuldade) Andarei... andarei... (Enquanto Hortênsia
continua gritando. Não cairá. Não cairá CENA NO ESCURO) (p. 282)
2º Filho de
esmeralda
Esmeralda: Mas eu não quero ir. (Pausa)
D. Hortênsia me disse que pequei e que o pecado é uma mancha que fica para
sempre no nosso coração. (Desconsolada) Já não sou a mesma Esmeralda. Sinto que
não sou. (p. 294)
Esmeralda: Não posso, pai. Ninguém sabe
o que aconteceu, mas o Anjo testemunhou. Tenho certeza. (Um desabafo) Nós vamos
ficar na terra... Está escrito. Nós vamos ficar na terra!
Esmeralda: Depois de um silêncio todo
feito de expectativa) Nós... eu e meu filho. (Mulher avança para Esmeralda.
Abraça-a. Xavier, que já estava com os seus pertences às costas, alivia-se da
carga, certo de que ficará também.) (p. 295)
Inaugurando o Teatro do IBEU, em Fortaleza, em 13 de agosto de 1995, o "Grupo Balaio", sob a direção de Marcelo Costa, de Eduardo Campos, apresenta a comédia "A Donzela Desprezada". Em cena, em primeiro plano, Kátia Camila e Ivany Gomes. |
Críticas
"Eu
acho que o Eduardo Campos exemplifica um tipo de intelectual polivalente, que
combinou a atividade intelectual e de escritor com a atividade também de
politico da cultura", disse por telefone, a caminho do velório, o
secretário da Cultura, Auto Filho. Atualmente, aos 84 anos, Eduardo Campos
dedicava-se à direção da Ceará Rádio Clube e à presidência do Instituto
Histórico do Ceará.
Para
o diretor do grupo Comédia Cearense, Haroldo Serra, que montou diversas peças
de Manuelito, entre elas, as premiadas Morro
do Ouro, encenada por seis anos e A
Rosa do Lagamar, que registrou mais de 500 apresentações no final dos anos
1970, Eduardo Campos tem sua obra mestra no teatro.
Segundo
o diretor, o autor inovou o teatro cearense ao dar um tratamento moderno aos
textos. Para Haroldo, foi graças às peças de Eduardo Campos que o grupo - hoje
com 50 anos de trajetória - alcançou reconhecimento nacional.
"Ele
(Eduardo Campos) fugiu daquele teatro tradicional, da peça de gabinete, e
partiu para peças com uma preocupação de comunicação com o público muito
grande", disse.
Nessas
obras, o escritor lançava olhar sobre a Fortaleza suburbana, de dramas,
alegrias, especulação imobiliária e choque de valores morais.
O
teatrólogo Oswald Barroso aponta outra inovação: a introdução da cultura
popular no teatro. "A primeira vez que se coloca em cena, num palco
italiano tradicional, um boi de brincadeira (bumba-meu-boi) foi na peça O Morro do Ouro", destaca. Para o
teatrólogo, o escritor deixa como contribuição um inventário da cultura
cearense. "O Eduardo Campos, em certa medida, foi o nosso Câmara Cascudo,
o nosso Gilberto Freyre".
Montagem de “Os
Deserdados” de 2006
Tiago Coutinho em especial
para o Caderno 3: A emoção e o desejo de se fazer arte ultrapassam os problemas
estruturais desse grupo. Com pouco menos de um ano de existência, a Cia Comboio
de Cordas, do Conjunto Palmeiras, demonstra paixão e zelo pelo ofício de
artista
A montagem, ainda em processo de finalização, fez uma apresentação de ensaio aberto, na última sexta-feira, na Escola de Ensino Fundamental e Médio Dra. Aldaci Barbosa, no Bairro do Conjunto Palmeiras, e contou com a presença de Eduardo Campos. “Fico muito emocionado com essa apresentação. Esses meninos mostram um ato heroico. É muito difícil de se apresentar em condições tão precárias. Mesmo assim, eles fizeram um belo espetáculo”, elogia Eduardo Campos.
A montagem, ainda em processo de finalização, fez uma apresentação de ensaio aberto, na última sexta-feira, na Escola de Ensino Fundamental e Médio Dra. Aldaci Barbosa, no Bairro do Conjunto Palmeiras, e contou com a presença de Eduardo Campos. “Fico muito emocionado com essa apresentação. Esses meninos mostram um ato heroico. É muito difícil de se apresentar em condições tão precárias. Mesmo assim, eles fizeram um belo espetáculo”, elogia Eduardo Campos.
“Os Deserdados” faz parte do projeto “Literatura, Memória e Cultura no Teatro de Eduardo Campos”, em ação desde outubro do ano passado. “A nossa ideia é valorizar e divulgar os autores cearenses. Escolhemos o Manelito porque é um grande autor cearense, que nem todo mundo conhece”, explica Klésio Batista, um dos idealizadores do projeto.
“Os Deserdados” teve sua primeira montagem em 1952, pelo Teatro-Escola da Ceará, com direção do próprio autor. No elenco, demarcavam espaço Fernanda Quinderé, João Siqueira, Adelaide Paiva, entre outros.
O
espetáculo conta a história dos deserdados da seca, que sofrem as impiedosas
torturas climáticas e das injustiças da exploração do trabalho. Trata-se de uma
denúncia do lado injusto do poder. Poder este do sol, do clima, da ganância dos
patrões. Cinquenta anos após a primeira exibição, o espetáculo ainda permanece
atual, como uma grande questão brasileira, em especial do Nordeste. “É uma peça
regional, que defende principalmente o trabalhador, sempre perseguido”,
completa o autor.
Para os integrantes da companhia, trabalhar a obra de Eduardo Campos, até então desconhecida, tem sido agradável. “Adorei a história de ‘Os Deserdados’. É muito dramática e romântica”.
Músicas e Outras Referências
Seca do Nordeste
- Fagner
Ô
sol! sol escaldante
Terra
poeirenta
Dias
e dias, meses e m e s e s sem chover
E
o pobre lavrador com a ferramenta rude
Bate
forte no solo duro
Em
cada pancada parece gemer
Hum,
hum, hum, hum, hum, hum, hum
Geme
a terra de dor ó ó ó ô
Não
adianta o meu lamento meu senhor
Ó
ó ó ô e a chuva não vem
Chão
continua seco e poeirento
No
auge do desespero uns se revoltam contra deus
Outros
rezam com fervor
Nosso
gado está sedento meu senhor
Nos
livrai dessa desgraça
O
céu escurece
As
nuvens parecem grandes rolos de fumaça
Chove
no coração do brasil
E
o lavrador retira o seu chapéu
E
olhando o firmamento
Suas
lágrimas se unem
Com
as dádivas do céu
O
gado muge de alegria
Parece
entoar uma linda melodia
Xote das Meninas - Luiz Gonzaga
Mandacaru quando fluora na
seca
É o sinal que a chuva chega no sertão
Toda menina que enjoa da boneca
É sinal que o amor já chegou no coração...
Meia comprida não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado não quer mais vestir simão...
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...
De manhã cedo já tá pintada
Só vive suspirando sonhando acordada
O pai leva ao dotô a filha adoentada
Não come, nem estuda
Não dorme, e nem quer nada...
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...
De manhã cedo já está pintada
Só vive se cheirando
Sonhando acordada
O papai levou ao doutor
A filha adoentada
Não come não estuda
Não dorme nem quer nada
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...
Mas o doutor nem examina
Chamando o pai de lado lhe diz logo em surdina
Que o mal é da idade e que prá tal menina
Não há um só remédio em toda medicina...
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...
É o sinal que a chuva chega no sertão
Toda menina que enjoa da boneca
É sinal que o amor já chegou no coração...
Meia comprida não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado não quer mais vestir simão...
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...
De manhã cedo já tá pintada
Só vive suspirando sonhando acordada
O pai leva ao dotô a filha adoentada
Não come, nem estuda
Não dorme, e nem quer nada...
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...
De manhã cedo já está pintada
Só vive se cheirando
Sonhando acordada
O papai levou ao doutor
A filha adoentada
Não come não estuda
Não dorme nem quer nada
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...
Mas o doutor nem examina
Chamando o pai de lado lhe diz logo em surdina
Que o mal é da idade e que prá tal menina
Não há um só remédio em toda medicina...
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...
Padre Cícero
O padre Cícero Romão
Batista relatava uma visão com Jesus Cristo, em que recebia a missão de cuidar
do povo. Durante uma missa, uma hóstia ofertada pelo religioso teria virado
sangue na boca da beata Maria de Araújo. Para alguns historiadores, o fato de a
beata ser mulher, negra, analfabeta e pobre foi determinante para que a Igreja
negasse o fato. Expulso, Cícero entrou para a política e se tornou o primeiro
prefeito de Juazeiro do Norte. Morreu sem o perdão do Vaticano, mas essa
história pode estar com os dias contados. O 'santo do povo' tem inúmeros
milagres a ele atribuídos.
Referências
Campos,
Eduardo. Dramaturgia. Edições Theatro José de Alencar
Disponível em: < http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/caderno-3/nova-montagem-de-os-deserdados-1.662271.
Acesso em: 05/11/2017.
Disponível em: < http://portal.ceara.pro.br/index.php?option=com_content&view=article&id=30580:os-deserdados-de-eduardo-campos-conquista&catid=332&Itemid=101.
Acesso em: 05/11/2017.
Disponível em: < http://www.onordeste.com/portal/eduardo-campos-escritor/.
Acesso em: 05/11/2017.
Disponível em: < https://nuhtaradahab.wordpress.com/2013/11/30/nilto-maciel-contistas-do-ceara-eduardo-campos/.
Acesso em: 05/11/2017.
Disponível em: < http://pecarosadolagamar.blogspot.com.br/2008/09/vida-obra-de-eduardo-campos.html.
Acesso em: 05/11/2017.
Disponível em: <
http://mais.uol.com.br/view/dsirb7h509tj/milagre-de-padre-cicero-teria-sido-escondido-pela-igreja-04028D9A396AD0B15326?types=A&.
Acesso em: 05/11/2017.
Nenhum comentário:
Postar um comentário