Quem matou Damião é a pergunta
que não quer calar? Depois de dois esquetes assistidos, em fim hoje saberei
responder essa pergunta ou não. E assistindo a última apresentação da 27ª turma
de iniciação ao teatro do Cita, cheguei a pensar que Damião era um personagem
fictício criado pelos loucos do hospício. Enganei-me, no fim houve a revelação
de quem matou Damião.
O cenário foi todo criado dentro
de um hospício. Contudo, esse se mostrou diferente, lá habita pessoas fora do
comum, como artistas: a Dercy, um cineasta e um candidato a ator. Todavia, a
peça retratou também problemas sociais, como a internação de um filho pelo pai
porque ele não sabia se era Deusdete ou Pedro e no outro caso, uma família
aparentemente bem estruturada, onde o pai abusava da filha, então a internou
como louca para que não fosse desmascarado. Ainda pudemos observar que, mesmo
dentro do hospício os loucos ainda se dividem em opressores e oprimidos, que
tentam dominar os outros através de violência psicológica.
A meu ver, a melhor parte foi a interação com público, no qual a atriz Nayra se aproximou de onde eu estava sentada e começou a falar sobre si. Isso me chamou muito atenção e me fez pensar. Ela relatou que começou a cursar pedagogia, mas viu que aquilo não era pra ela e agora faz licenciatura em teatro, mesmo sabendo que não dá dinheiro e sendo criticada por muitos, ama arte e faz balé clássico, decidiu o que quer pra si. E ainda dá aulas voluntárias de teatro em uma escola pública.
P.S.: Amei o exemplo dela. Por
mais pessoas como a Nayra.
O medo do desconhecido. Quem não
tem? E esse medo se torna maior quando o
antecipamos de modo a tentar intuitivamente saber o final da história. Mas como
sabê-la? Vivendo-a.
Até os loucos sabem que o povo
precisa de festa. Que a população é movida a festa. Dai as pessoas reclamarem
quando há festejos caríssimos por parte do setor público, mas estão lá,
curtindo. Só temos o que merecemos e só merecemos o que buscamos ter.
Enfim, a conclusão vem através
das afirmações: Pessoas matando pessoas, doidos matando doidos e em seguida notícias
de espacamentos, mortes de homossexuais dentre outras.
E logo após o termino da peça
houve os agradecimentos finais e a entrega dos certificados. Contamos ainda com
a presença do presidente dos loucos de Fortaleza, que está com o projeto: Louco
na praça, nos parques e na loucura. Dia 10 de outubro é considerado o dia da
loucura ou loutracitura, como disse o presidente louco.
Assim, concluímos que o
espetáculo Quem Matou Damião é um tapa na cara da sociedade, pois ele traz várias
crônicas dentro da crônica maior, para se fazer refletir em como estamos
caminhando e como devemos conduzir a nossa vida e se dedicar a outrem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário