terça-feira

Figurino - O Criador e seu Processo no XIV Fecta 2017

Vestir-se bem é o propósito de todos, mas nem sempre sabemos como fazer. Preparar um figurino seja pessoal ou para uma apresentação requer tempo e empenho que nem sempre temos. Se para irmos a uma festa gastamos muito tempo nos produzindo, imagina vestir um elenco inteiro de maneira que passe credibilidade ao público através de suas cores e modelos.  Pensando assim, o XIV Fecta resolveu nos presentear com dicas de como expressar ao público temáticas de apresentação. 



Na mesa, tivemos quatro palestrantes:


Felício, da Cia teatral Acontece, que versou sobre a importância de compreender desde início o que o público espera ver, para isso é necessário observar o enredo, o tema, o objeto, as referências estéticas, o desenvolvimento cênico, tempo, espaço e as assinaturas do grupo.




A partida é o ponto zero, mas esse ponto não está estabelecido no início, o mesmo reside no centro, se seguirmos a lógica de uma reta com escalas positivas e negativas, onde essas são os conhecimentos prévios de mundo que trazemos e aquelas, o que será adquirido a partir de um estudo mais acentuado sobre o trabalho que será estudado.

O vestuário deve reagir ao mundo, trazendo consigo uma imagem concreta, pois sem a roupa há certa fragilidade do indivíduo.

Partindo desse pressuposto poderíamos facilmente indagar: “Quem leva quem para passear? A roupa ou o indivíduo?”

Fica difícil dá uma resposta concreta, pois um necessita do outro, de maneira que uma separação é quase impossível de se fazer. Daí, a necessidade de haver uma descontração e desconstrução do personagem a partir do figurino. Esse deve ser visto como meio de comunicação social.

O segundo a falar foi Yuri Yamamoto que teve início com o Grupo Bagaceira. Iniciou sua trajetória quando pequeno fazendo roupas para bonecas. Cresceu na vivência da criação do figurino para si mesmo. Todavia, foram os convites que recebera que o tornou figurinista, pois afirmou não ter nenhuma formação acadêmica, entretanto, sua vivência de mundo lhe despontou e trouxe-lhe ao lugar em que se encontra atualmente.


Trabalha mais a forma masculina, apesar de não gostar. Não sabe costurar, mas deseja aprender. E o pouco que sabe de costura faz a mão, contudo isso não lhe impediu de se sobressair, não é à toa que já está há mais de 20 anos nessa profissão, mesmo não morrendo de amores pelo caimento no corpo.

Suas melhores ideias saem direto da prática e da intuição.

Ricardo Andrés Bessa, terceiro convidado a palestrar, faz parte do teatro e da moda.
Iniciou a partir de sua mãe que possuía um guarda roupa vasto e lhe propiciou observar e desenvolver sua criatividade.


Afirmou que mesmo sabendo que ser figurinista não paga as contas não desistiu da carreira, pelo contrário, buscou outras maneiras de dar continuidade aos seus sonhos. Tornou-se professor acadêmico de moda.

Gosta de trabalhar diretamente com o ator.

Afirma, ainda, que considera que o figurino para o teatro é a segunda pele do ator, enquanto para filmes é a última coisa a ser notada. Há constantes mudanças de figurinos, em ambos os ambientes e para saber o que desenvolver é preciso tempo para aperfeiçoar o olhar sobre o caimento, o corte é demais coisas acerca da produção de uma boa vestimenta.

Ruth Aragão, a única mulher em cena nessa noite, participa do Grupo Expressões Humanas, deu início a sua carreira como figurinista para juntar dinheiro e colaborou com os cadernos de moda.


Afirma que tempo e dinheiro não combinam com figurino, pois certos trabalhos não valem a pena mesmo sendo difícil de recusar.

Para montar um look bem interessante é necessário observar entre coisas: vestuário, acessórios, maquiagem, cabelo, fotografia, cenografia, trilha sonora...

Em sua opinião, a crítica tanto pode ajudar como derrubar um espetáculo. Daí a importância de se levar o trabalho a sério e cumprir todos os requisitos. E como sua especialidade é o figurino, expressa que antes de formular qualquer trabalho é preciso se perguntar: quais elementos tem o figurino? O que queremos dele?

Nenhum comentário:

Postar um comentário