quinta-feira

Esquete Afogados No Descartável


A peça Afogados No Descartável da 29° turma do Cita foi apresentada no dia 21/5/2017 e narra várias situações que tem como temas: o cotidiano, o materialismo, a homofobia, a oposição entre a família tradicional e a família contemporânea, além do ideal narcisista.



O primeiro ato descreve duas amantes que estão em um shopping com gestos expostos de carinhos. Agindo como qualquer casal normal. Neste momento, podemos identificar duas cenas do cotidiano. Uma das moças está furiosa, porque ainda não comprou o celular de última geração que todas as suas amigas tem. E não comprou por quê? Porque não tem condições, pois ainda estão pagando contas já feitas anteriormente. E o debate entre as duas é interrompida com a chegada do gerente do shopping, que se incomoda com a afetividade que há entre as duas. Nas palavras do mesmo: vocês não deveriam se comportar assim, há muitas famílias de bem vendo essa cena de vocês.


Em um outro ato, temos uma mulher que já passara por vários matrimônios fracassados, contudo o atual segue o mesmo caminho. A convivência não é fácil, principalmente, quando olhamos o outro com altivez e olhos de cobrança. Retrato fiel da realidade atual. As pessoas perderam a essência do que é estar juntos. Fazem das diferenças, barreiras impossíveis de serem rompidas. E quando mais um casamento se vai, sem perder tempo ela parte para outra.
Moral da história: muito provavelmente tudo se repetirá, porque ela nem ao menos aprendeu a conviver consigo, como conseguirá conviver com outrem?


E o ato seguinte apresenta mãe e filha, pessoas humildes, passeando no shopping e deslumbrando-se com o que veem. A filha deseja coisas que não pode ter. E ao adentrar numa loja de celular, acabam quebrando um e os que ali trabalham, de forma soberba, tratam-nas muito mal, porque a mãe pergunta se a loja vende a crediário. O ter se mostra mais importante do que o ser. Todavia, deveria ser o contrário.

E por fim, é retratado a depressão como forma de escape, isto é, o mal do século que chega para assombrar a vida daqueles que ainda não aprenderam a dar valor a si mesmo.
Dois temas vêm à tona: a correria e as responsabilidades adquiridas por meio do trabalho e a aceitação por ser homossexual.

Então como forma de gritar ao mundo todas as indignações sofridas, a 29º turma encerra sua apresentação na 15° Mostra Cita com a frase: eu não suporto... 

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