Por
que todos os dias não poderiam amanhecer de forma agradável?
Porque,
às vezes, chove outros dias faz Sol.
Hoje,
amanheceu, assim, nublado.
Não
faço segredo da vida desregrada que tinha antes de me operar em relação à
comida, tanto que no tratamento pré cirurgia, pensei que meu psicológico não acompanharia
a minha vontade de mudar de vida. E hoje, 27/11/2017, deparo-me com a seguinte
situação, que para muitos pode ser bobagem ou frescura, mas para mim é um signo
de vida.
Acordei,
como em todas as manhãs e fui tomar café. No primeiro gole sinti logo o gosto
do açúcar. O ódio já me transpassou e eu só conseguia pensar nos 15 meses
jogados fora, que passei contando dia após dia sem açúcar, mas para não
estragar um pingo de café, meu pai resolveu colocar na garrafa de café que é
sem açúcar. Poderia pelo menos ter avisado.
Podem
até pensar que é paranoia, mas eu abri mão das melhores comidas, do
refrigerante, do açúcar e muitas outras coisas, por um ideal. E ter que começar
a contar tudo de novo é doloroso. Para muitos pode ter sido só um gole, mas
para mim é a determinação de uma vida inteira que eu nunca tive. Nunca me senti
tão forte, como me sinto defendo minhas decisões. Esse gole de café não vai me
influenciar, sei que fui dura nas palavras e no jeito que me portei, mas aqui
não adianta tentar explicar, meus pais só entendem se o caso se tornar de vida
ou morte. É dessa forma que vejo a comida. Nunca mais quero ser como fui um dia
e ainda falta muito para chegar onde quero, mas com certeza que se para frente
eu não for, regredir jamais. Isso serviu para redobrar minha atenção, vejo a
comida como inimiga e diante dos inimigos precisamos está sempre atentos.
A turma do CPBT 2016/2017 entrou
em cena com a peça 32, que narra à história de Eunice, desde a infância até a
vida adulta, com suas alegrias e medos. Passando da menina assustada à mulher
valente, que enfrenta a morte para defender seus ideais.
Nos anos de 1930, Eunice começa a
rabiscar sua história. Com sua irmã divertiam-se caçando calangos e assim eram
felizes. Todavia, no ano de 1932 tudo mudou. A seca chegou e a estiagem trouxe
consigo uma senhora com anos de experiência, a Fome. E nessa hora não outro a
recorrer se a Deus, esse é o único que pode operar milagres e é nele que os
sertanejos se fiam para pedir a fonte da vida: a água. Através de procissões e
da ajuda de São José para que tenham como plantar e o que beber.
Eunice vivia atormenta com a
velha, mulher do chapelão que aparecia para si e sempre a fazia chorar. Enquanto
isso em Fortaleza na capital do Ceará, as famílias ricas se divertiam no animado
baile de carnaval. Marly, a moça mais linda, era a mais cotada para ganhar o
baile das esmeraldas e se tornar a fada esmeralda. O anúncio de sua vitória foi
feito, porém depois se soube que não havia sido ela quem ganhou. Em compensação
encontrou o amor de sua vida, um soldado, contudo, o romance não deu certo e
ela se tornou a Dama de Ferro.
Aparentemente, a arrecadação do
baile era para ajudar os flagelados do sertão, mas o intuito é que eles não
viessem à capital, pois trariam consigo muitas doenças.
Da estação do sertão, enfim parte
o trem que segue seu caminho costurando a via cruzes da seca.
1° estação: 1932
2° estação: caminho marcado a
ferro.
E o trem segue seu destino, mas
Dora, irmã de Eunice, não chega a estação final. Entretanto, os que chegam são
levados ao campo de concentração do urubu, onde trabalha o amor de Marly. Essa
envia muitas cartas românticas, porém não obtém resposta. Contudo, Vladimir
fala a Eunice de sua fada esmeralda. A mesma trazia no pescoço uma baladeira
como signo da sua infância que agora é trocado pelo cordão da fada esmeralda
que Vladimir lhe dá.
Os anos passaram e a Mulher de Ferro
tornou-se senhora de si e dona de um ímpeto invejável. Tinha o dinheiro como
seu deus e por isso pensava que tudo poderia acontecer a sua maneira. Marly diz
que o prefeito tem q trabalhar, pois ela precisa terminar o shopping que lhe
trará muito lucro, mas para isso é necessário derrubar as casas que estão no
meio do seu caminho, no entanto, isso pode virar notícia sensacionalista. Entretanto,
a imprensa deveria cuidar dos marginais que podem roubar as senhoras que vão ao
shopping fazer compras.
3° parada: o descarrilar
Eunice se recusa a vender a
própria casa e isso atrapalha os planos de Marly. Prefere morrer a ceder aos
caprichos de uma louca. Porém Marly não se dá por vencida e a disputa entre o
bem e o mal, a riqueza e a pobreza, o poder e a vontade é que vão determinar
que vence essa guerra, se é que há vencedores em uma guerra.
Por que tratores não constroem,
derrubam.
Quem toma decisões é a justiça.
Na morte o pobre tem quem chore
por ele, e o rico?
Depois de todo sofrimento que
sinais vocês ainda estão esperando?
Querer vencer já é ter percorrido
a metade do caminho...
Valsa Nº 6 foi meu primeiro
esquete apresentado no Curso Princípios Básico de Teatro (CPBT) do Teatro José
de Alencar da turma 2017/2018 noite.
Na passagem para o segundo módulo,
foi nos dado algumas referências de obras teatrais para que lêssemos e por consequência,
escrevêssemos nossas impressões.
O segundo módulo tem a duração de
15 dias. Quatro encontros em sala de aula. Todavia, tivemos também os encontros
externos. Esses proporcionaram, além da criação de novos laços de amizade e
companheirismo, a produção de um esquete: Valsa Nº 6 de Nelson Rodrigues que adaptamos
à história de Dandara, travesti morta a pauladas e pedradas no Bom Jardim
bairro de Fortaleza. Até a repercussão visual nas redes sociais, ela era só
mais um número estatístico.
O processo contou de início com
11 pessoas, 9 alunos e 2 monitores, mas no percurso, infelizmente dois alunos
precisaram, por motivos alheios, deixar o grupo. Contudo, o grupo não permitiu
que desmotivássemos. Escolhemos o tema a subjugar a peça original. Adaptamos o
texto. Escolhemos os movimentos corporais e mesmo sem termos passado tudo uma
única só vez por completo, podemos observar que no desenlace tudo deu certo e
fomos aplaudidos de pé.
Gosto de leituras e encenações
que retomam questões sociais e que nos leve a raciocinar sobre o tema proposto.
Ficção é bom, mas deixar uma moral à plateia é gratificante.
Se eu avançarei ao 3º modulo? Não
sei. Só posso afirmar que quero muito. E ao espetáculo final? Quem sabe. Farei
o impossível para isso. Entretanto, se não der certo, sem problemas, outras
oportunidades virão e eu estou pronta para agarrá-las com unhas e dentes.
Estribilhos, peça apresentada pela
turma do CPBT, turma da manhã 2016/2017 da professora Juliana Veras. Narra
fatos do cotidiano relevante à sociedade, focalizando bem a problemática do
machismo e a recuperação das mulheres através do empoderamento que, depois de
muita luta, conseguiram exercer.
A peça toda musicada tem início com o
grupo dançando e cantando para a plateia. Eles vão até a mesma e a busca,
assim, os espectadores os acompanham até o palco. E quando todos já estão apostos,
o coletivo dá início a narrativa.
O menino montando o trilho de trem, traz
logo de início a sugestão de nascimento. Todavia, quando o trilho não fecha, a
ideia passa a pressupor que não sabemos aonde a vida nos levará.
A boneca de corda mostra a sociedade
como máquina de produzir regras, na qual todos devem seguir a mesma sintonia
como se houvesse a ideia de dar corda no brinquedo. Onde só funcionamos todos
do mesmo modelo.
A estratégia de usar gramelô ao em vez
de linguagem tradicional quebra a ideia de mesmice. Isto é, nem sempre
precisamos falar a mesma língua do outro para nos fazermos entender.
As malas vêm com ideia de viagem, de
mudança, de reposicionamento do cotidiano, enquanto o trem partindo, remete-nos
ao crescimento do ser humano.
O circo. Que criança não gosta de
circo? O palhaço é tão bonito, tão engraçado. Pena que o público só perceba o exterior,
pois o homem que o representa nem sempre é o que parece ser. No fim, o palhaço
não atua, ele se trasveste de alegria.
A mala pesada que o homem tenta levantar,
mas não consegue. É levantada pela mulher, não de forma fácil, porém, com muita
força e disposição ela consegue mostrar que tem mais força que o homem. Por
muitas vezes, ela precisa sustentar a casa, os filhos e até terceiros, sozinhas.
Daí podemos comparar a mala a espada do rei Artur, que não pode ser empunhada
por qualquer, somente pelos merecedores.
A bela jovem vende suas maçãs do amor,
enquanto busca o amor verdadeiro. Mas de repente, ela tem seus sonhos quebrados
pela sociedade, quando impõe que a mulher nasceu para ser submissa ao homem e tem
que casar. Tem que seguir regras. Na cena do estupro coletivo fica bem
enfatizado não só o estupro físico, mas também o mental, onde os sonhos são
corrompidos e desfeitos.
De agressores a agredidos. Por vezes,
achamos que fazemos a coisa certa, mas vem à vida e nos mostra que aquele foi o
nosso erro. E o erro do machismo foi confiar poder a mulher, pensando que ela
era incompetente demais para saber como proceder. E a coitadinha, vitimada pela
situação cotidiana, torna-se rainha de si e do meio em que está inserida. E
retorna para mostrar que na vida as reviravoltas vêm para quebrar paradigmas. E
no fim, o sonho do amor verdadeiro se refaz.
O texto bem subjetivo deixa a
imaginação do público flutuar. Algumas das percepções que poderiam ser feitas
sobre o enredo poderia ser sobre brinquedos, pois temos um menino montando os
trilhos do trem, a boneca que precisa de corda para ganhar vida. O circo e seus
palhaços e os malabaristas. Alice no país das maravilhas com seus encantos mil
e músicas enfeitando o ambiente. O artista diante do público como ser dependente.
São tantas as interpretações que até a falta dela é compreensível. Por exemplo:
- Uma senhora do meu lado indagou: você
está entendendo?
- Estou sim.
- Pois depois você me explica, porque
eu não estou entendendo nada.
Achei tão interessante, porque a arte
vem para nós fazer pensar. E não é apenas as questões ligadas a arte que nos
permitir explorar o fruto do conhecimento, mas a falta de entendimento também.
Do mundo dos brinquedos ao preconceito
embutido na sociedade são temáticas que nos levam aguçar a imaginação e a
criação de novos ideais.
Em fevereiro de 2014, minha irmã
inventou de fazer um plano de saúde para nós duas. No início, achei que não era
necessário, porém quando descobri que poderia fazer a cirurgia bariátrica,
percebi que essa foi a melhor coisa que ela poderia ter feito. Então em agosto
de 2016, operei-me e renasci. Agora era dá continuidade ao tratamento e esperar
o tempo de 24 meses para começar a fazer as reparadoras.
No dia 17 de agosto de 2017, fui
a administração do Hapvida para cancelar o plano odontológico de um
funcionário, visto que meu plano é empresa, na qual eu sou a empresa, apenas eu
mexo e remexo no que for preciso e necessário para o funcionamento do plano e
da empresa.Todavia, no dia 1° de
outubro do corrente ano, recebi três e-mails onde dizia que todas as minhas
consultas marcadas estavam canceladas, o mesmo pedia para que eu entrasse em
contato. Então no dia 3 liguei, e pra minha surpresa descobri que meu plano
havia sido cancelado e o mais surpreendente foi-me dito pela atendente: eu que
havia cancelado. Chamei todos de idiota, porque eu não havia feito isso. Só se
eu fosse mais idiota ainda. Deixo de comer, mas não deixo de pagar o plano,
imagina cancelar? Isso não existe.
A primeira ligação foi as 13:13h
do dia 3/10/2017. Daí para frente, entrei pela noite fazendo ligações. Pois o
que me afirmaram foi que como o plano havia sido cancelado não tinha como
reavê-lo , agora eu precisava procurar uma pessoa que vendesse plano para não
perder a carência, pois só o que me preocupava nesse momento, era não perder a
carência das reparadoras.
Será que em sã consciência, faltando
apenas 11 meses pra dá entrada eu iria cancelar o plano e buscar outro para
esperar mais 24 meses? Nem louca não é?
Entrei em contato com várias
revendedoras e cheguei a seguinte conclusão: o Hapvida cancelou meu plano
porque eu sou uma paciente cara. Eram 4 pessoas no plano odontológico e dois no
plano saúde. Eu cancelei uma dos odontológico e cancelaram o meu do saúde. O
outro saúde é da minha irmã. Ela é daquelas que faz um exame por ano e acabou.
Enquanto eu, depois que dei início ao tratamento para operar passei a ter
muitas consultas e exames. A cirurgia deduzindo um valor mínimo está por volta
de R$ 17mil. Sem mencionar as reparadoras que darei entrada em agosto de 2018.
Sendo que o valor que pago é de R$ 155,90. Se colocarmos esse valor desde o
primeiro pagamento, que não é porque tem reajuste todo ano, contando até
setembro, mês em que cancelaram meu plano, teremos 44 meses e um valor total que chega há R$ 6.859,60. E se
colocar o mesmo valor até agosto de 2018, sem o reajuste que virá no próximo
ano, o número de meses passa a ser 55 e o valor total pago por mim ao Hapvida
será de R$ 8.574,50.
Esse valor não paga nem os exames
e consultas que eu fiz quem dirá as cirurgias. Entretanto quando fiz o plano
adquiri direitos e deveres. Cumpro todos os meus deveres que é pagar em dias. Para
não dizer que nunca atrasei, atraso dias e a única vez que atrasei um mês foi agora
em julho de 2017, mas em agosto paguei tudo. Porque estou abordando isso?
porque falando com uma advogada, ela levantou essa hipótese, mas se esse fosse
o real motivo teriam cancelado o plano inteiro e não só o meu, visto que a
fatura é única para empresa inteira. Outra coisa, o que eles perdem comigo
ganham com pacientes iguais a minha irmã que existe aos montes.
No dia 4/10/2017 antes das 8h, eu
já estava na administração do Hapvida para resolver pessoalmente o problema. Lá
recebi a mesma negativa: seu plano não pode ser reativado.
Sai de lá e fui direito ao Decon.
Chegando lá fui orientada a pedir a moça da recepção que fizesse uma ligação
para o Hapvida. Dessa ligação resultou no meu retorno e uma conversa com a Luana,
que se apresentou sendo do setor jurídico, a quem eu expliquei meu caso e a
mesma ficou de ver o que poderia fazer por mim e disse ir eu retornasse no próximo
dia 13.
Tornei a casa e ao chegar fiz uma
reclamação na ANS. Na semana seguinte dei entrada no Decon, pois na primeira
vez tinha ido apenas me informar como deveria proceder. E como Deus é justo, o Mardônio, amigo de
minha amiga me deu uma dica valiosíssima: que eu fosse a mediação da
UniChristus. Assim eu fiz. Dirigi-me até lá e foi marcado o dia de eu retornar
com toda a documentação. A moça disse que eu era a última desse semestre e na
mesma hora agradeci a Deus.
Na semana seguinte voltei lá e
dei entrada. Saí de lá mais que confiante, já com a certeza de ter meu plano de
volta.
A justiça foi feita no dia
19/10/2017, meu plano foi reabilitado.
Só grata a todos que me ajudaram.
Não foram poucos pessoas que se sensibilizaram com o meu problema. Ah Deus que
me deu força para correr atrás. Porque aprendi que sempre temos que ver o lado
bom de tudo. Nesse caso foi minha disposição de lutar por aquilo que eu
acreditava.
Fui indagada se recebi os danos
morais. “Não”. O que eu queria foi me dado de volta. Meu plano do mesmo jeito
que era. E a certeza de que nada certo deve ficar impune. Sou uma pessoa que
sempre busquei fazer tudo certo, mesmo quando pensava errado. Então acredito
que o certo se houver de ter recompensas deve ser o certo também. Nunca desejei
mais do preciso, mas preciso de tudo que tenho e meu plano é umas das coisas
mais importantes da minha vida. Como sofri nesses 19 dias sem plano. O medo de
sentir algo, de passar mal e não ter para onde me levar. Nem comer direito
estava comendo, mas foi só ter acesso outra vez o plano e me estabaquei no chão.
Resultado: voltar ao plano com força total. Preciso dos meus médicos e das
minhas idas ao médico. Já faz parte da minha personalidade.
Um
dos maiores nomes do teatro cearense do século XX, contista, romancista, ator,
locutor de rádio, pioneiro da TV local, foi querido por muitos e ganhou a
antipatia de outros tantos.
Findo
o tempo do homem sobre a terra, o que dele sobrará? Afetividades e malquerenças
também se gastam, diluem-se. Então restarão
as obras.
Manuel
Eduardo Pinheiro Campos nasceu no dia 11 de janeiro de 1923 em Guaiúba, que até
então era distrito de Pacatuba.
Após
a morte do pai, fica aos cuidados dos tios João Pereira Campos e Isabel Eduardo
Campos, pais do poeta Artur Eduardo Benevides, seu primo-irmão, também nascido
em 1923.
Nos
anos 30, a família vem residir na rua do Imperador no centro de Fortaleza,
passando esse a ser o principal cenário de sua vasta obra literária iniciada na
década de 40 no grupo Clã.
Estreou
em 1943, com o livro de contos Águas
Mortas.
Em
1946 ele lançou Face Iluminada e três
anos depois, A Viagem Definitiva.
Em
1948 conclui o curso de Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade
de Direito do Ceará.
A
programação da pioneira TV Ceará era toda feita aqui, incluindo teleteatros que
revelariam o dramaturgo – além de atores, como Emiliano Queiroz, que atuou em A Morte Prepara o Laço, em 1962. Outro
texto de Eduardo Campos, Os Deserdados,
produzido nos estúdios do velho Canal 2, chegou a ser finalista em Barcelona,
na Espanha, numa competição internacional de programas de TV.
Os
anos 60 foram emblemáticos para o dramaturgo. Nessa década Eduardo Campos
escreve algumas de suas peças mais famosas, Morro
do Ouro representada 350 vezes e Rosa
do Lagamarmais de 500, ambas encenadas,
também, pela Comédia Cearense. Estes textos, além de A Donzela Desprezada, foram reunidos no livro: Três Peças Escolhidas, um dos dez indicados ao vestibular da UFC.
Em
uma entrevista recente, relata Eduardo Campos sobre suas peças: “O que escrevi
representa uma fase importante do nosso teatro. Nem tanto pelo talento
literário ou pela própria qualidade dramatúrgica das peças. Mas principalmente
pela mensagem que consegui transpor para o palco sobre nossa linguagem, nossos
costumes, nosso cotidiano”.
Eduardo
Campos é um mestre do conto psicológico. No conto O Afogado, do livro As
Danações, o drama parece ir se deslocando não de lugar, mas de personagem,
sob a óptica do narrador onisciente, que aqui e ali dá voz a algumas
personagens secundárias.
Eduardo
Campos não era homem de fazer rascunhos. Escrevia ligeiro. E sabia - sem
petulância - que estava trabalhando para a posteridade.
"Estou
mais vaidoso. Sinto que meu tempo na vida está acabando. Ontem o ponteiro do
relógio parou”. Manoel Eduardo Pinheiro Campos, o Manuelito, que tinha na
Literatura o seu refúgio confesso, foi em busca de outras paragens.
Contos:
Águas
Mortas (edições Clã, 1943)
Face
Iluminada (edições Clã, 1946)
A
Viagem Definitiva (ed. Fortaleza, 1949)
Os
Grandes Espantos (ed. A Comédia Cearense, 1965)
O
Abutre e Outras Histórias (Imprensa Universitária, 1968)
As
Danações (ed. A Comédia Cearense, 1967)
O
Tropel das Coisas (ed. O Cruzeiro, 1970)
Dia
da Caça (ed. Cátedra, 1980)
O
Escrivão das Malfeitorias (ed. Edigraff, 1993)
A
Borboleta Acorrentada (Coleção Alagadiço Novo, UFC, 1998)
O
Pranto Insólito (Coleção Alagadiço Novo, UFC, 2000)
Teatro:
O
Demônio e a Rosa (ed. Clã, 1948)
O
Anjo (ed. Clã, 1965)
O
Morro do Ouro (ed. A Comédia Cearense, 1965)
A
Rosa do Lagamar (idem, 1965)
A
farsa do cangaceiro astucioso (idem, 1985)
Teatro
Completo de Eduardo Campos, volumes 1 e 2 (UFC, 1999)
A
Última Ceia do General (ed. Livro Técnico, 2004)
Folclore:
Medicina
Popular (ed. Clã, 1951)
Estudos
do Folclore Cearense (ed. UFC, 1960)
Folclore
do Nordeste (ed. O Cruzeiro, 1973)
Cantador,
Musa e Viola (ed. Americana/MEC, 1973)
Romances:
O
Chão dos Mortos (ed. O Cruzeiro, 1964)
A
Véspera do Dilúvio (Record, 1968)
Ensaios:
As
Irmandades Religiosas do Ceará Provincial (Secult, 1980)
A
Fortaleza Provincial: urbana e rural (IOCE, 1982)
Revelações
da Condição de Vida dos Cativos do Ceará (IOCE, 1983)
A
Viuvez do Verde (IOCE, 1983)
50
Anos da Ceará Rádio Clube 1934-1984 (IOCE, 1984)
Capítulos
de História da Fortaleza do Século XIX (ed. UFC, 1985)
O
Ideário de Manezinho do Bispo (Gráfica do Senado, 1992)
A
Gramática do Paladar (Coleção Alagadiço Novo, UFC, 2000)
A
Medicina da Fome e outros estudos (ed. Livro Técnico, 2007)
Biografia:
Gustavo
Barroso: Sol, Mar e Sertão (Coleção Alagadiço Novo, UFC, 1988)
Edson
Queiroz (Coleção Terra Bárbara, Edições Demócrito Rocha, 2006)
Memórias:
Na
Flor da Idade (ed. Tukano, 1991)
O
Inquilino do Passado (Coleção Alagadiço Novo, UFC, 1997)
A
Volta do Inquilino do Passado (idem, 1998)
Principais Temáticas
de Os Deserdados
·Sertanejo
·Preconceito: anjo
negro
Xavier: (Conduzindo Hortênsia ao meio da
cena) Acalme-se. Há de se entregar tudo às mãos de Nosso Senhor. (Pausa) Filho
é gente que nasce do nosso sangue, como árvore que brota da terra... Mas, se
chamado por Deus, é anjo.
Hortênsia: (Emocionada) Anjo?!
Xavier: (Descritivo) Anjo bonito, de
asas, como os que se veem em santinho de lembrança de primeira comunhão.
Hortênsia: (Que parece não o ter
escutado) Você disse, anjo? (Pausa, triste) Ele é preto, Xavier. Rompe em choro
forte. Xavier repousa a mão sobre o seu ombro, carinhoso) No céu não há lugar
para um anjo negro como meu filho. (Outro tom, sob mágoa) Os pretinhos quando morrem
vão apavorar os outros, como o negrinho do pastoreio...
Xavier: E o que tem isso? Sempre ouvi
dizer que Deus fez o mundo pretendendo a igualdade dos homens. Os meninos
pretos e brancos hão de estar nesta conta, na conta de Deus. (Pausa) E como não
falha a conta de Deus! (p. 240)
·Seca
·Patrão opressor
·A morte
·A chuva tão
esperada
·O descredito em
Deus
·Morto operando
milagre
·Empregado fiel,
mas não reconhecido
·Menina pobre que
se deslumbra com o velho rico
·Espelho =
fascínio
·Ideia da beleza
para corromper os homens
Esmeralda: No interior do casebre, do
lado direito, que é a casa de Xavier, enche-se de interesse pelo espelho que em
suas mãos adquire um fascínio diferente. Vendo-se na pequena lâmina) Eu nunca
me vi antes! Agora sei que sou bonita, que posso transformar a cabeça dos homens.
Sei que o velho me quer. Mas há de sofrer muito, porque não serei fácil como as
outras. (p. 257-258)
·Augusto como
velho corruptor
·História se
passa em mais ou menos 1945 (referência 1930)
·Pecado de Deus
·Opressão do
oprimido
Hortênsia: Bata na boca para não ser
castigado! Você tem de acreditar em meu filho; por intermédio dele é que nos
haveremos de salvar. (Profecia) Minha missão na terra, agora compreendi, é
receber as mensagens do anjo e mostrar a todos o caminho da salvação. (p. 263)
Hortênsia: (Erguendo a Voz) Como ousa
desmentir-me, Você é um mutilado infelicitado pelas artes do demônio. E o
demônio tem vários nomes. Um deles é Augusto. (Pausa) Você não sabe ainda, mas
vai ser escolhido pelo Anjo para vingar a morte de meu marido... (p. 270)
·Pedrinho como
anjo
·Gedeão mutilado
Hortênsia como
causadora de medo: Esmeralda e Gedeão
Augusto diz que
cercará o açude: desejo de dominação
Augusto: (Pensativo. depois,
resolvendo-se) É logo passar uma cerca em volta dele. A fome e a seca trarão
para cá uma onda de desocupados. E eu não quero perder a água do açude.
Alípio: Mas cercar o açude? O povo não
tem aonde ir busca? água!
Augusto: (Interrompendo) Eu sei o que
estou fazendo. Você não recebe meu dinheiro para me censurar.
Alípio: Falei por falar. (Pausa) Mas
receio que os homens se revoltem. Ninguém vive satisfeito com o senhor.
Principalmente depois do caso de Hortênsia.
Augusto: Não quero ouvir conselhos. Sei
o que estou fazendo. Decidindose) Assumo a responsabilidade pelos meus atos.
(Pausa) Volte para o seu trabalho e não me aborreça mais. (p. 275)
·A briga pela
posse da terra
·Augusto cheio de
si
·O dinheiro personalizado
como um deus
Augusto: Fora! Pensa que me amedronta?
Fora! (Alípio sai) Vá para o inferno! Eu não temo a famintos... (Principia a
rir) Aqui eu tenho queijo e pão pata saciá-los... Venham! Venham! (Pausa)
Pensam que me poderão roubar? Nunca! O meu dinheiro está bem guardado! (Vozerio
distante) Venham! Vai set engraçado. Vou achar graça quando Hortênsia me vir
tirar o dinheiro e começar a comprar os seus fanáticos... E não darei a cada um
mais de cem! Venham para cá, venham! (Fecha a porta. Começa a empilhar caixões
que existem no barracão) Não entrarão aqui com desordem! Só se me pedirem.
.Patrão Augusto, podemos entrar? .Terá que ser assim. (Vozerio perto) Será que
estão vindo? (Pausa) E se não quiserem o meu dinheiro? (Pausa). Tom) Não. Todos
são iguais... todos gostam de dinheiro... (Vozes perto. Há pancadas na porta) Não
derrubem a porta! Não façam isso! Tenho dinheiro para cada um! (Pausa.
Prossegue o barulho) Eu disse: dinheiro para cada um! (Sob tensão, nervoso, vai
a um canto e se apodera de um rifle) Para longe, por favor... Pata longe! Eu
estou armado. Atiro! (Aumenta o ruído) Escutem! Eu quero viver! Eu preciso
viver! Depois de um instante) Esmeralda! Onde está você, Esmeralda? (O rifle
escapa-lhe das mãos enquanto principiam a tocar fogo no barracão. Cena no
escuro) (Luz na Cena de Xavier.) (p. 292)
·O barracão é
queimado
·Xavier –
desapego – capital
·Ideia do milagre:
1º A cura de Gedeão
Gedeão: Eu
jamais poderei andar como os outros. Terei de viver como um animal ferido, me
arrastando.
Hortênsia: Você
precisa de fé. Acreditar numa pessoa que lhe revele todas essas coisas: em mim.
Meu filho morreu para que o Senhor perdoasse os pecados dessa gente. E só
depois veio a chuva. Gedeão (Nervoso, indeciso) Ah, não tenho força. Quero
acreditar e me falta algo. Para andar preciso me apoiar nessa muleta. Quando
era mais moço se compadeciam de mim. Agora, estou crescido, vivo da caridade alheia.
Para que sirvo? (Chorando) Sou um inutilizado, d. Hortênsia... inutilizado...
(Triste) Sabe o que significa essa palavra?
Hortênsia: Tenha
fé; você vencerá. (p. 281)
Hortênsia:
(Encarando-o) Ande! Você pode andar! (Quase histérica) Ande! Levante-se e ande.
Gedeão: (Débil)
Não, eu sou fraco. Não tenho resistência. Sou um pobre homem inutilizado. Para
que sirvo eu, mulher? Para servir de sentinela aos que morrem? Para vigiar
menino?
Hortênsia:
(Forte) Você andará! Surpreenderá a todos.
Gedeão:
(Encobrindo o rosto com a mão) Não! Não mereço tamanha graça! O Anjo não se
lembrará de mim.
Hortênsia: (Enérgica)
Gedeão, ande! (Aproxima-se dele) Você vai andar. Acredite na revelação divina.
Meu filho, por meu intermédio, ordena-lhe que ande como qualquer outro mortal.
(Arrebata-lhe a muleta) Ande!
Gedeão: Perdendo
o equilíbrio) Eu caio! Não me deixe assim! Vou cair! Meu Deus, como sou
miserável!
Hortênsia: Ande!
Você não cairá... Não cairá! Não cairá! Não cairá!
Gedeão: (Um
esforço tremulo) Sim, eu andarei. Eu andarei... Andarei... Principia a se
locomover sozinho, com dificuldade) Andarei... andarei... (Enquanto Hortênsia
continua gritando. Não cairá. Não cairá CENA NO ESCURO) (p. 282)
2º Filho de
esmeralda
Esmeralda: Mas eu não quero ir. (Pausa)
D. Hortênsia me disse que pequei e que o pecado é uma mancha que fica para
sempre no nosso coração. (Desconsolada) Já não sou a mesma Esmeralda. Sinto que
não sou. (p. 294)
Esmeralda: Não posso, pai. Ninguém sabe
o que aconteceu, mas o Anjo testemunhou. Tenho certeza. (Um desabafo) Nós vamos
ficar na terra... Está escrito. Nós vamos ficar na terra!
Esmeralda: Depois de um silêncio todo
feito de expectativa) Nós... eu e meu filho. (Mulher avança para Esmeralda.
Abraça-a. Xavier, que já estava com os seus pertences às costas, alivia-se da
carga, certo de que ficará também.) (p. 295)
Inaugurando o Teatro do IBEU, em Fortaleza, em 13 de agosto de 1995, o "Grupo Balaio", sob a direção de Marcelo Costa, de Eduardo Campos, apresenta a comédia "A Donzela Desprezada". Em cena, em primeiro plano, Kátia Camila e Ivany Gomes.
Críticas
"Eu
acho que o Eduardo Campos exemplifica um tipo de intelectual polivalente, que
combinou a atividade intelectual e de escritor com a atividade também de
politico da cultura", disse por telefone, a caminho do velório, o
secretário da Cultura, Auto Filho. Atualmente, aos 84 anos, Eduardo Campos
dedicava-se à direção da Ceará Rádio Clube e à presidência do Instituto
Histórico do Ceará.
Para
o diretor do grupo Comédia Cearense, Haroldo Serra, que montou diversas peças
de Manuelito, entre elas, as premiadas Morro
do Ouro, encenada por seis anos e A
Rosa do Lagamar, que registrou mais de 500 apresentações no final dos anos
1970, Eduardo Campos tem sua obra mestra no teatro.
Segundo
o diretor, o autor inovou o teatro cearense ao dar um tratamento moderno aos
textos. Para Haroldo, foi graças às peças de Eduardo Campos que o grupo - hoje
com 50 anos de trajetória - alcançou reconhecimento nacional.
"Ele
(Eduardo Campos) fugiu daquele teatro tradicional, da peça de gabinete, e
partiu para peças com uma preocupação de comunicação com o público muito
grande", disse.
Nessas
obras, o escritor lançava olhar sobre a Fortaleza suburbana, de dramas,
alegrias, especulação imobiliária e choque de valores morais.
O
teatrólogo Oswald Barroso aponta outra inovação: a introdução da cultura
popular no teatro. "A primeira vez que se coloca em cena, num palco
italiano tradicional, um boi de brincadeira (bumba-meu-boi) foi na peça O Morro do Ouro", destaca. Para o
teatrólogo, o escritor deixa como contribuição um inventário da cultura
cearense. "O Eduardo Campos, em certa medida, foi o nosso Câmara Cascudo,
o nosso Gilberto Freyre".
Montagem de “Os
Deserdados” de 2006
Tiago Coutinho emespecial
para o Caderno 3: A emoção e o desejo de se fazer arte ultrapassam os problemas
estruturais desse grupo. Com pouco menos de um ano de existência, a Cia Comboio
de Cordas, do Conjunto Palmeiras, demonstra paixão e zelo pelo ofício de
artista
A montagem, ainda em processo de finalização, fez uma apresentação de ensaio
aberto, na última sexta-feira, na Escola de Ensino Fundamental e Médio Dra.
Aldaci Barbosa, no Bairro do Conjunto Palmeiras, e contou com a presença de
Eduardo Campos. “Fico muito emocionado com essa apresentação. Esses meninos
mostram um ato heroico. É muito difícil de se apresentar em condições tão
precárias. Mesmo assim, eles fizeram um belo espetáculo”, elogia Eduardo
Campos.
“Os Deserdados” faz parte do projeto “Literatura, Memória e Cultura no Teatro
de Eduardo Campos”, em ação desde outubro do ano passado. “A nossa ideia é
valorizar e divulgar os autores cearenses. Escolhemos o Manelito porque é um
grande autor cearense, que nem todo mundo conhece”, explica Klésio Batista, um
dos idealizadores do projeto.
“Os Deserdados” teve sua primeira montagem em 1952, pelo Teatro-Escola da Ceará,
com direção do próprio autor. No elenco, demarcavam espaço Fernanda Quinderé,
João Siqueira, Adelaide Paiva, entre outros.
O
espetáculo conta a história dos deserdados da seca, que sofrem as impiedosas
torturas climáticas e das injustiças da exploração do trabalho. Trata-se de uma
denúncia do lado injusto do poder. Poder este do sol, do clima, da ganância dos
patrões. Cinquenta anos após a primeira exibição, o espetáculo ainda permanece
atual, como uma grande questão brasileira, em especial do Nordeste. “É uma peça
regional, que defende principalmente o trabalhador, sempre perseguido”,
completa o autor.
Para os integrantes da companhia, trabalhar a obra de Eduardo Campos, até então
desconhecida, tem sido agradável. “Adorei a história de ‘Os Deserdados’. É
muito dramática e romântica”.
Músicas e Outras Referências
Seca do Nordeste
- Fagner
Ô
sol! sol escaldante
Terra
poeirenta
Dias
e dias, meses e m e s e s sem chover
E
o pobre lavrador com a ferramenta rude
Bate
forte no solo duro
Em
cada pancada parece gemer
Hum,
hum, hum, hum, hum, hum, hum
Geme
a terra de dor ó ó ó ô
Não
adianta o meu lamento meu senhor
Ó
ó ó ô e a chuva não vem
Chão
continua seco e poeirento
No
auge do desespero uns se revoltam contra deus
Outros
rezam com fervor
Nosso
gado está sedento meu senhor
Nos
livrai dessa desgraça
O
céu escurece
As
nuvens parecem grandes rolos de fumaça
Chove
no coração do brasil
E
o lavrador retira o seu chapéu
E
olhando o firmamento
Suas
lágrimas se unem
Com
as dádivas do céu
O
gado muge de alegria
Parece
entoar uma linda melodia
Xote das Meninas - Luiz Gonzaga
Mandacaru quando fluora na
seca
É o sinal que a chuva chega no sertão
Toda menina que enjoa da boneca
É sinal que o amor já chegou no coração...
Meia comprida não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado não quer mais vestir simão...
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...
De manhã cedo já tá pintada
Só vive suspirando sonhando acordada
O pai leva ao dotô a filha adoentada
Não come, nem estuda
Não dorme, e nem quer nada...
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...
De manhã cedo já está pintada
Só vive se cheirando
Sonhando acordada
O papai levou ao doutor
A filha adoentada
Não come não estuda
Não dorme nem quer nada
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...
Mas o doutor nem examina
Chamando o pai de lado lhe diz logo em surdina
Que o mal é da idade e que prá tal menina
Não há um só remédio em toda medicina...
Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...
Padre Cícero
O padre Cícero Romão
Batista relatava uma visão com Jesus Cristo, em que recebia a missão de cuidar
do povo. Durante uma missa, uma hóstia ofertada pelo religioso teria virado
sangue na boca da beata Maria de Araújo. Para alguns historiadores, o fato de a
beata ser mulher, negra, analfabeta e pobre foi determinante para que a Igreja
negasse o fato. Expulso, Cícero entrou para a política e se tornou o primeiro
prefeito de Juazeiro do Norte. Morreu sem o perdão do Vaticano, mas essa
história pode estar com os dias contados. O 'santo do povo' tem inúmeros
milagres a ele atribuídos.
Referências
Campos,
Eduardo. Dramaturgia. Edições Theatro José de Alencar