segunda-feira

CAPÍTULO 33: NÃO PODE CHOVER O TEMPO TODO

        Por que todos os dias não poderiam amanhecer de forma agradável?
Porque, às vezes, chove outros dias faz Sol.
Hoje, amanheceu, assim, nublado.

Não faço segredo da vida desregrada que tinha antes de me operar em relação à comida, tanto que no tratamento pré cirurgia, pensei que meu psicológico não acompanharia a minha vontade de mudar de vida. E hoje, 27/11/2017, deparo-me com a seguinte situação, que para muitos pode ser bobagem ou frescura, mas para mim é um signo de vida.

Acordei, como em todas as manhãs e fui tomar café. No primeiro gole sinti logo o gosto do açúcar. O ódio já me transpassou e eu só conseguia pensar nos 15 meses jogados fora, que passei contando dia após dia sem açúcar, mas para não estragar um pingo de café, meu pai resolveu colocar na garrafa de café que é sem açúcar. Poderia pelo menos ter avisado.

Podem até pensar que é paranoia, mas eu abri mão das melhores comidas, do refrigerante, do açúcar e muitas outras coisas, por um ideal. E ter que começar a contar tudo de novo é doloroso. Para muitos pode ter sido só um gole, mas para mim é a determinação de uma vida inteira que eu nunca tive. Nunca me senti tão forte, como me sinto defendo minhas decisões. Esse gole de café não vai me influenciar, sei que fui dura nas palavras e no jeito que me portei, mas aqui não adianta tentar explicar, meus pais só entendem se o caso se tornar de vida ou morte. É dessa forma que vejo a comida. Nunca mais quero ser como fui um dia e ainda falta muito para chegar onde quero, mas com certeza que se para frente eu não for, regredir jamais. Isso serviu para redobrar minha atenção, vejo a comida como inimiga e diante dos inimigos precisamos está sempre atentos.

Espetáculo Trinta e Duas

A turma do CPBT 2016/2017 entrou em cena com a peça 32, que narra à história de Eunice, desde a infância até a vida adulta, com suas alegrias e medos. Passando da menina assustada à mulher valente, que enfrenta a morte para defender seus ideais.

Nos anos de 1930, Eunice começa a rabiscar sua história. Com sua irmã divertiam-se caçando calangos e assim eram felizes. Todavia, no ano de 1932 tudo mudou. A seca chegou e a estiagem trouxe consigo uma senhora com anos de experiência, a Fome. E nessa hora não outro a recorrer se a Deus, esse é o único que pode operar milagres e é nele que os sertanejos se fiam para pedir a fonte da vida: a água. Através de procissões e da ajuda de São José para que tenham como plantar e o que beber.

Eunice vivia atormenta com a velha, mulher do chapelão que aparecia para si e sempre a fazia chorar. Enquanto isso em Fortaleza na capital do Ceará, as famílias ricas se divertiam no animado baile de carnaval. Marly, a moça mais linda, era a mais cotada para ganhar o baile das esmeraldas e se tornar a fada esmeralda. O anúncio de sua vitória foi feito, porém depois se soube que não havia sido ela quem ganhou. Em compensação encontrou o amor de sua vida, um soldado, contudo, o romance não deu certo e ela se tornou a Dama de Ferro.

Aparentemente, a arrecadação do baile era para ajudar os flagelados do sertão, mas o intuito é que eles não viessem à capital, pois trariam consigo muitas doenças.

Da estação do sertão, enfim parte o trem que segue seu caminho costurando a via cruzes da seca.
1° estação: 1932
2° estação: caminho marcado a ferro.

E o trem segue seu destino, mas Dora, irmã de Eunice, não chega a estação final. Entretanto, os que chegam são levados ao campo de concentração do urubu, onde trabalha o amor de Marly. Essa envia muitas cartas românticas, porém não obtém resposta. Contudo, Vladimir fala a Eunice de sua fada esmeralda. A mesma trazia no pescoço uma baladeira como signo da sua infância que agora é trocado pelo cordão da fada esmeralda que Vladimir lhe dá.

Os anos passaram e a Mulher de Ferro tornou-se senhora de si e dona de um ímpeto invejável. Tinha o dinheiro como seu deus e por isso pensava que tudo poderia acontecer a sua maneira. Marly diz que o prefeito tem q trabalhar, pois ela precisa terminar o shopping que lhe trará muito lucro, mas para isso é necessário derrubar as casas que estão no meio do seu caminho, no entanto, isso pode virar notícia sensacionalista. Entretanto, a imprensa deveria cuidar dos marginais que podem roubar as senhoras que vão ao shopping fazer compras.

3° parada: o descarrilar

Eunice se recusa a vender a própria casa e isso atrapalha os planos de Marly. Prefere morrer a ceder aos caprichos de uma louca. Porém Marly não se dá por vencida e a disputa entre o bem e o mal, a riqueza e a pobreza, o poder e a vontade é que vão determinar que vence essa guerra, se é que há vencedores em uma guerra.

Por que tratores não constroem, derrubam.
Quem toma decisões é a justiça.
Na morte o pobre tem quem chore por ele, e o rico?
Depois de todo sofrimento que sinais vocês ainda estão esperando?

Querer vencer já é ter percorrido a metade do caminho...

sexta-feira

CAPÍTULO 31: TEATRO: ESQUETE VALSA Nº 6 (CPBT/TJA)

Valsa Nº 6 foi meu primeiro esquete apresentado no Curso Princípios Básico de Teatro (CPBT) do Teatro José de Alencar da turma 2017/2018 noite.

Na passagem para o segundo módulo, foi nos dado algumas referências de obras teatrais para que lêssemos e por consequência, escrevêssemos nossas impressões.

O segundo módulo tem a duração de 15 dias. Quatro encontros em sala de aula. Todavia, tivemos também os encontros externos. Esses proporcionaram, além da criação de novos laços de amizade e companheirismo, a produção de um esquete: Valsa Nº 6 de Nelson Rodrigues que adaptamos à história de Dandara, travesti morta a pauladas e pedradas no Bom Jardim bairro de Fortaleza. Até a repercussão visual nas redes sociais, ela era só mais um número estatístico.


O processo contou de início com 11 pessoas, 9 alunos e 2 monitores, mas no percurso, infelizmente dois alunos precisaram, por motivos alheios, deixar o grupo. Contudo, o grupo não permitiu que desmotivássemos. Escolhemos o tema a subjugar a peça original. Adaptamos o texto. Escolhemos os movimentos corporais e mesmo sem termos passado tudo uma única só vez por completo, podemos observar que no desenlace tudo deu certo e fomos aplaudidos de pé.


Gosto de leituras e encenações que retomam questões sociais e que nos leve a raciocinar sobre o tema proposto. Ficção é bom, mas deixar uma moral à plateia é gratificante.


Se eu avançarei ao 3º modulo? Não sei. Só posso afirmar que quero muito. E ao espetáculo final? Quem sabe. Farei o impossível para isso. Entretanto, se não der certo, sem problemas, outras oportunidades virão e eu estou pronta para agarrá-las com unhas e dentes.


domingo

Espetáculo Estribilhos

Estribilhos, peça apresentada pela turma do CPBT, turma da manhã 2016/2017 da professora Juliana Veras. Narra fatos do cotidiano relevante à sociedade, focalizando bem a problemática do machismo e a recuperação das mulheres através do empoderamento que, depois de muita luta, conseguiram exercer.

A peça toda musicada tem início com o grupo dançando e cantando para a plateia. Eles vão até a mesma e a busca, assim, os espectadores os acompanham até o palco. E quando todos já estão apostos, o coletivo dá início a narrativa.

O menino montando o trilho de trem, traz logo de início a sugestão de nascimento. Todavia, quando o trilho não fecha, a ideia passa a pressupor que não sabemos aonde a vida nos levará.

A boneca de corda mostra a sociedade como máquina de produzir regras, na qual todos devem seguir a mesma sintonia como se houvesse a ideia de dar corda no brinquedo. Onde só funcionamos todos do mesmo modelo.



A estratégia de usar gramelô ao em vez de linguagem tradicional quebra a ideia de mesmice. Isto é, nem sempre precisamos falar a mesma língua do outro para nos fazermos entender.

As malas vêm com ideia de viagem, de mudança, de reposicionamento do cotidiano, enquanto o trem partindo, remete-nos ao crescimento do ser humano.


O circo. Que criança não gosta de circo? O palhaço é tão bonito, tão engraçado. Pena que o público só perceba o exterior, pois o homem que o representa nem sempre é o que parece ser. No fim, o palhaço não atua, ele se trasveste de alegria.


A mala pesada que o homem tenta levantar, mas não consegue. É levantada pela mulher, não de forma fácil, porém, com muita força e disposição ela consegue mostrar que tem mais força que o homem. Por muitas vezes, ela precisa sustentar a casa, os filhos e até terceiros, sozinhas. Daí podemos comparar a mala a espada do rei Artur, que não pode ser empunhada por qualquer, somente pelos merecedores.

bela jovem vende suas maçãs do amor, enquanto busca o amor verdadeiro. Mas de repente, ela tem seus sonhos quebrados pela sociedade, quando impõe que a mulher nasceu para ser submissa ao homem e tem que casar. Tem que seguir regras. Na cena do estupro coletivo fica bem enfatizado não só o estupro físico, mas também o mental, onde os sonhos são corrompidos e desfeitos.

De agressores a agredidos. Por vezes, achamos que fazemos a coisa certa, mas vem à vida e nos mostra que aquele foi o nosso erro. E o erro do machismo foi confiar poder a mulher, pensando que ela era incompetente demais para saber como proceder. E a coitadinha, vitimada pela situação cotidiana, torna-se rainha de si e do meio em que está inserida. E retorna para mostrar que na vida as reviravoltas vêm para quebrar paradigmas. E no fim, o sonho do amor verdadeiro se refaz.

O texto bem subjetivo deixa a imaginação do público flutuar. Algumas das percepções que poderiam ser feitas sobre o enredo poderia ser sobre brinquedos, pois temos um menino montando os trilhos do trem, a boneca que precisa de corda para ganhar vida. O circo e seus palhaços e os malabaristas. Alice no país das maravilhas com seus encantos mil e músicas enfeitando o ambiente. O artista diante do público como ser dependente. São tantas as interpretações que até a falta dela é compreensível. Por exemplo:

- Uma senhora do meu lado indagou: você está entendendo?
- Estou sim.
- Pois depois você me explica, porque eu não estou entendendo nada.

Achei tão interessante, porque a arte vem para nós fazer pensar. E não é apenas as questões ligadas a arte que nos permitir explorar o fruto do conhecimento, mas a falta de entendimento também.

Do mundo dos brinquedos ao preconceito embutido na sociedade são temáticas que nos levam aguçar a imaginação e a criação de novos ideais.

Culinária Fitness: Brownie de Batata Doce

Ingredientes:

Bata no liquidificador

1/2 xícara de água
100 gramas de batata doce (cozida bem macia)
1/2 xícara de açúcar mascavo ou demerara
2 ovos
1/4 de xícara de farelo de aveia
6 colher de sopa de cacau em pó
um punhado de amêndoas e gostas de  chocolate amargo a gosto, 20 gotas de essência de baunilha.
Em seguida, acrescente 1 Colher de sopa de fermento em pó.

Preparo:

Asse por 15 a 20 min a 180 graus.
A massa fica meio mole ok!
Assei direto nestas forminhas de alumínio.

Essa receita rendeu 04 unidades de aproximadamente 100 gramas. 

Culinária Fitness: Purê de Batata Doce

Ingredientes:

batata doce
1 colher de manteiga
1 colher páprica
1 cubo de caldo de galinha
150 ml leite fresco

Preparo:

Coza a batata e esmague.
Numa panela junte manteiga (1 colher), páprica (1colher), um cubo de caldo de galinha e leite fresco (150 ml).
Quando estes ferverem adicione a batata esmagada.
Pode adicionar mais leite até ficar cremoso a gosto (moldei na forma de silicone).


Obs.: As medidas dependem muito da quantidade de batata usada.

Culinária Fitness: Peito de Frango Grelhado

Ingredientes: 

Peito de frango
Sal 
Pimenta preta 
Azeite 
Alho
Coentro

Preparo:

Salpique sal e pimenta preta (partida na hora) nos dois lados do peito.
Pincele com azeite uma frigideira nonstick.
Sele os dois lados do frango em fogo médio.
Depois baixe o fogo e cubra a frigideira com uma tampa para cozer.
Retire o frango e adicione uma colher de azeite, alho e coentros.

Regue este molho no frango.

Culinária Fitness: Pizza Fit de Batata Doce

Ingredientes:

100g de batata doce
30g de aveia em flocos
1 ovo
1 col chá de páprica
Sal a gosto.

Preparo:

Misture a batata doce, a aveia, o ovo e a páprica.
Faça as bolinhas e abre com o rolo ou até mesmo na mão.
Para rechear é só usar a criatividade!
Molho de tomate caseiro ou industrializado

Olhar ingredientes:
Queijo mussarela
Tomatinhos

Manjericão

Culinária Fitness: Escondidinho de Batata Doce

Ingredientes:

600g de batata doce cozida
400g de peito de frango cozido e desfiado
1/2 copo de Queijo ralado a gosto
1/2 cebola picada
1/2 lata de milho verde
Pimenta a gosto
Sal e temperos a gosto

Preparo:

Amasse as batatas doces cozidas.
Aqueça uma panela com um fio de azeite.
Acrescente tempero, cebola picada, o milho verde, pimenta, depois o frango desfiado, tempero a gosto e misture.
Deixe cozinhar por 10 minutos.

Montagem:

Em uma travessa, coloque uma camada de batata doce amassada.
Acrescente uma camada do frango.
Cubra com batata doce, lembrando sempre de deixar na mesma espessura. Salpique queijo ralado por cima.

Leve ao forno pré-aquecido a 200ºC por 25 minutos.

CAPÍTULO 30: CASO HAPVIDA

Em fevereiro de 2014, minha irmã inventou de fazer um plano de saúde para nós duas. No início, achei que não era necessário, porém quando descobri que poderia fazer a cirurgia bariátrica, percebi que essa foi a melhor coisa que ela poderia ter feito. Então em agosto de 2016, operei-me e renasci. Agora era dá continuidade ao tratamento e esperar o tempo de 24 meses para começar a fazer as reparadoras.


 No dia 17 de agosto de 2017, fui a administração do Hapvida para cancelar o plano odontológico de um funcionário, visto que meu plano é empresa, na qual eu sou a empresa, apenas eu mexo e remexo no que for preciso e necessário para o funcionamento do plano e da empresa.  Todavia, no dia 1° de outubro do corrente ano, recebi três e-mails onde dizia que todas as minhas consultas marcadas estavam canceladas, o mesmo pedia para que eu entrasse em contato. Então no dia 3 liguei, e pra minha surpresa descobri que meu plano havia sido cancelado e o mais surpreendente foi-me dito pela atendente: eu que havia cancelado. Chamei todos de idiota, porque eu não havia feito isso. Só se eu fosse mais idiota ainda. Deixo de comer, mas não deixo de pagar o plano, imagina cancelar? Isso não existe.






A primeira ligação foi as 13:13h do dia 3/10/2017. Daí para frente, entrei pela noite fazendo ligações. Pois o que me afirmaram foi que como o plano havia sido cancelado não tinha como reavê-lo , agora eu precisava procurar uma pessoa que vendesse plano para não perder a carência, pois só o que me preocupava nesse momento, era não perder a carência das reparadoras.

Será que em sã consciência, faltando apenas 11 meses pra dá entrada eu iria cancelar o plano e buscar outro para esperar mais 24 meses? Nem louca não é?

Entrei em contato com várias revendedoras e cheguei a seguinte conclusão: o Hapvida cancelou meu plano porque eu sou uma paciente cara. Eram 4 pessoas no plano odontológico e dois no plano saúde. Eu cancelei uma dos odontológico e cancelaram o meu do saúde. O outro saúde é da minha irmã. Ela é daquelas que faz um exame por ano e acabou. Enquanto eu, depois que dei início ao tratamento para operar passei a ter muitas consultas e exames. A cirurgia deduzindo um valor mínimo está por volta de R$ 17mil. Sem mencionar as reparadoras que darei entrada em agosto de 2018. Sendo que o valor que pago é de R$ 155,90. Se colocarmos esse valor desde o primeiro pagamento, que não é porque tem reajuste todo ano, contando até setembro, mês em que cancelaram meu plano, teremos 44 meses e um  valor total que chega há R$ 6.859,60. E se colocar o mesmo valor até agosto de 2018, sem o reajuste que virá no próximo ano, o número de meses passa a ser 55 e o valor total pago por mim ao Hapvida será de R$ 8.574,50.

Esse valor não paga nem os exames e consultas que eu fiz quem dirá as cirurgias. Entretanto quando fiz o plano adquiri direitos e deveres. Cumpro todos os meus deveres que é pagar em dias. Para não dizer que nunca atrasei, atraso dias e a única vez que atrasei um mês foi agora em julho de 2017, mas em agosto paguei tudo. Porque estou abordando isso? porque falando com uma advogada, ela levantou essa hipótese, mas se esse fosse o real motivo teriam cancelado o plano inteiro e não só o meu, visto que a fatura é única para empresa inteira. Outra coisa, o que eles perdem comigo ganham com pacientes iguais a minha irmã que existe aos montes.


No dia 4/10/2017 antes das 8h, eu já estava na administração do Hapvida para resolver pessoalmente o problema. Lá recebi a mesma negativa: seu plano não pode ser reativado.

Sai de lá e fui direito ao Decon. Chegando lá fui orientada a pedir a moça da recepção que fizesse uma ligação para o Hapvida. Dessa ligação resultou no meu retorno e uma conversa com a Luana, que se apresentou sendo do setor jurídico, a quem eu expliquei meu caso e a mesma ficou de ver o que poderia fazer por mim e disse ir eu retornasse no próximo dia 13.

Tornei a casa e ao chegar fiz uma reclamação na ANS. Na semana seguinte dei entrada no Decon, pois na primeira vez tinha ido apenas me informar como deveria proceder.  E como Deus é justo, o Mardônio, amigo de minha amiga me deu uma dica valiosíssima: que eu fosse a mediação da UniChristus. Assim eu fiz. Dirigi-me até lá e foi marcado o dia de eu retornar com toda a documentação. A moça disse que eu era a última desse semestre e na mesma hora agradeci a Deus.

Na semana seguinte voltei lá e dei entrada. Saí de lá mais que confiante, já com a certeza de ter meu plano de volta.

A justiça foi feita no dia 19/10/2017, meu plano foi reabilitado.



Só grata a todos que me ajudaram. Não foram poucos pessoas que se sensibilizaram com o meu problema. Ah Deus que me deu força para correr atrás. Porque aprendi que sempre temos que ver o lado bom de tudo. Nesse caso foi minha disposição de lutar por aquilo que eu acreditava.

Fui indagada se recebi os danos morais. “Não”. O que eu queria foi me dado de volta. Meu plano do mesmo jeito que era. E a certeza de que nada certo deve ficar impune. Sou uma pessoa que sempre busquei fazer tudo certo, mesmo quando pensava errado. Então acredito que o certo se houver de ter recompensas deve ser o certo também. Nunca desejei mais do preciso, mas preciso de tudo que tenho e meu plano é umas das coisas mais importantes da minha vida. Como sofri nesses 19 dias sem plano. O medo de sentir algo, de passar mal e não ter para onde me levar. Nem comer direito estava comendo, mas foi só ter acesso outra vez o plano e me estabaquei no chão. Resultado: voltar ao plano com força total. Preciso dos meus médicos e das minhas idas ao médico. Já faz parte da minha personalidade.


Vitória da verdade sobre a mentira.

Os Deserdados

Um dos maiores nomes do teatro cearense do século XX, contista, romancista, ator, locutor de rádio, pioneiro da TV local, foi querido por muitos e ganhou a antipatia de outros tantos.

Findo o tempo do homem sobre a terra, o que dele sobrará? Afetividades e malquerenças também se gastam, diluem-se.  Então restarão as obras.

Manuel Eduardo Pinheiro Campos nasceu no dia 11 de janeiro de 1923 em Guaiúba, que até então era distrito de Pacatuba.

Após a morte do pai, fica aos cuidados dos tios João Pereira Campos e Isabel Eduardo Campos, pais do poeta Artur Eduardo Benevides, seu primo-irmão, também nascido em 1923.

Nos anos 30, a família vem residir na rua do Imperador no centro de Fortaleza, passando esse a ser o principal cenário de sua vasta obra literária iniciada na década de 40 no grupo Clã.

Estreou em 1943, com o livro de contos Águas Mortas.

Em 1946 ele lançou Face Iluminada e três anos depois, A Viagem Definitiva.

Em 1948 conclui o curso de Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Ceará.

A programação da pioneira TV Ceará era toda feita aqui, incluindo teleteatros que revelariam o dramaturgo – além de atores, como Emiliano Queiroz, que atuou em A Morte Prepara o Laço, em 1962. Outro texto de Eduardo Campos, Os Deserdados, produzido nos estúdios do velho Canal 2, chegou a ser finalista em Barcelona, na Espanha, numa competição internacional de programas de TV.

Os anos 60 foram emblemáticos para o dramaturgo. Nessa década Eduardo Campos escreve algumas de suas peças mais famosas, Morro do Ouro representada 350 vezes e Rosa do Lagamar mais de 500, ambas encenadas, também, pela Comédia Cearense. Estes textos, além de A Donzela Desprezada, foram reunidos no livro: Três Peças Escolhidas, um dos dez indicados ao vestibular da UFC.

Em uma entrevista recente, relata Eduardo Campos sobre suas peças: “O que escrevi representa uma fase importante do nosso teatro. Nem tanto pelo talento literário ou pela própria qualidade dramatúrgica das peças. Mas principalmente pela mensagem que consegui transpor para o palco sobre nossa linguagem, nossos costumes, nosso cotidiano”.

Eduardo Campos é um mestre do conto psicológico. No conto O Afogado, do livro As Danações, o drama parece ir se deslocando não de lugar, mas de personagem, sob a óptica do narrador onisciente, que aqui e ali dá voz a algumas personagens secundárias.

Eduardo Campos não era homem de fazer rascunhos. Escrevia ligeiro. E sabia - sem petulância - que estava trabalhando para a posteridade.


"Estou mais vaidoso. Sinto que meu tempo na vida está acabando. Ontem o ponteiro do relógio parou”. Manoel Eduardo Pinheiro Campos, o Manuelito, que tinha na Literatura o seu refúgio confesso, foi em busca de outras paragens.

Contos:
Águas Mortas (edições Clã, 1943)
Face Iluminada (edições Clã, 1946)
A Viagem Definitiva (ed. Fortaleza, 1949)
Os Grandes Espantos (ed. A Comédia Cearense, 1965)
O Abutre e Outras Histórias (Imprensa Universitária, 1968)
As Danações (ed. A Comédia Cearense, 1967)
O Tropel das Coisas (ed. O Cruzeiro, 1970)
Dia da Caça (ed. Cátedra, 1980)
O Escrivão das Malfeitorias (ed. Edigraff, 1993)
A Borboleta Acorrentada (Coleção Alagadiço Novo, UFC, 1998)
O Pranto Insólito (Coleção Alagadiço Novo, UFC, 2000)

Teatro:
O Demônio e a Rosa (ed. Clã, 1948)
O Anjo (ed. Clã, 1965)
O Morro do Ouro (ed. A Comédia Cearense, 1965)
A Rosa do Lagamar (idem, 1965)
A farsa do cangaceiro astucioso (idem, 1985)
Teatro Completo de Eduardo Campos, volumes 1 e 2 (UFC, 1999)
A Última Ceia do General (ed. Livro Técnico, 2004)

Folclore:
Medicina Popular (ed. Clã, 1951)
Estudos do Folclore Cearense (ed. UFC, 1960)
Folclore do Nordeste (ed. O Cruzeiro, 1973)
Cantador, Musa e Viola (ed. Americana/MEC, 1973)

Romances:
O Chão dos Mortos (ed. O Cruzeiro, 1964)
A Véspera do Dilúvio (Record, 1968)

Ensaios:
As Irmandades Religiosas do Ceará Provincial (Secult, 1980)
A Fortaleza Provincial: urbana e rural (IOCE, 1982)
Revelações da Condição de Vida dos Cativos do Ceará (IOCE, 1983)
A Viuvez do Verde (IOCE, 1983)
50 Anos da Ceará Rádio Clube 1934-1984 (IOCE, 1984)
Capítulos de História da Fortaleza do Século XIX (ed. UFC, 1985)
O Ideário de Manezinho do Bispo (Gráfica do Senado, 1992)
A Gramática do Paladar (Coleção Alagadiço Novo, UFC, 2000)
A Medicina da Fome e outros estudos (ed. Livro Técnico, 2007)

Biografia:
Gustavo Barroso: Sol, Mar e Sertão (Coleção Alagadiço Novo, UFC, 1988)
Edson Queiroz (Coleção Terra Bárbara, Edições Demócrito Rocha, 2006)

Memórias:
Na Flor da Idade (ed. Tukano, 1991)
O Inquilino do Passado (Coleção Alagadiço Novo, UFC, 1997)
A Volta do Inquilino do Passado (idem, 1998)

Principais Temáticas de Os Deserdados
 
·     Sertanejo
·     Preconceito: anjo negro

Xavier: (Conduzindo Hortênsia ao meio da cena) Acalme-se. Há de se entregar tudo às mãos de Nosso Senhor. (Pausa) Filho é gente que nasce do nosso sangue, como árvore que brota da terra... Mas, se chamado por Deus, é anjo.

Hortênsia: (Emocionada) Anjo?!

Xavier: (Descritivo) Anjo bonito, de asas, como os que se veem em santinho de lembrança de primeira comunhão.

Hortênsia: (Que parece não o ter escutado) Você disse, anjo? (Pausa, triste) Ele é preto, Xavier. Rompe em choro forte. Xavier repousa a mão sobre o seu ombro, carinhoso) No céu não há lugar para um anjo negro como meu filho. (Outro tom, sob mágoa) Os pretinhos quando morrem vão apavorar os outros, como o negrinho do pastoreio...

Xavier: E o que tem isso? Sempre ouvi dizer que Deus fez o mundo pretendendo a igualdade dos homens. Os meninos pretos e brancos hão de estar nesta conta, na conta de Deus. (Pausa) E como não falha a conta de Deus! (p. 240)

·     Seca
·     Patrão opressor
·     A morte
·     A chuva tão esperada
·     O descredito em Deus
·     Morto operando milagre
·     Empregado fiel, mas não reconhecido
·     Menina pobre que se deslumbra com o velho rico
·     Espelho = fascínio
·     Ideia da beleza para corromper os homens

Esmeralda: No interior do casebre, do lado direito, que é a casa de Xavier, enche-se de interesse pelo espelho que em suas mãos adquire um fascínio diferente. Vendo-se na pequena lâmina) Eu nunca me vi antes! Agora sei que sou bonita, que posso transformar a cabeça dos homens. Sei que o velho me quer. Mas há de sofrer muito, porque não serei fácil como as outras. (p. 257-258)

·     Augusto como velho corruptor
·     História se passa em mais ou menos 1945 (referência 1930)
·     Pecado de Deus
·     Opressão do oprimido

Hortênsia: Bata na boca para não ser castigado! Você tem de acreditar em meu filho; por intermédio dele é que nos haveremos de salvar. (Profecia) Minha missão na terra, agora compreendi, é receber as mensagens do anjo e mostrar a todos o caminho da salvação. (p. 263)

Hortênsia: (Erguendo a Voz) Como ousa desmentir-me, Você é um mutilado infelicitado pelas artes do demônio. E o demônio tem vários nomes. Um deles é Augusto. (Pausa) Você não sabe ainda, mas vai ser escolhido pelo Anjo para vingar a morte de meu marido... (p. 270)

·     Pedrinho como anjo

·     Gedeão mutilado

Hortênsia como causadora de medo: Esmeralda e Gedeão

Augusto diz que cercará o açude: desejo de dominação

Augusto: (Pensativo. depois, resolvendo-se) É logo passar uma cerca em volta dele. A fome e a seca trarão para cá uma onda de desocupados. E eu não quero perder a água do açude.

Alípio: Mas cercar o açude? O povo não tem aonde ir busca? água!

Augusto: (Interrompendo) Eu sei o que estou fazendo. Você não recebe meu dinheiro para me censurar.

Alípio: Falei por falar. (Pausa) Mas receio que os homens se revoltem. Ninguém vive satisfeito com o senhor. Principalmente depois do caso de Hortênsia.

Augusto: Não quero ouvir conselhos. Sei o que estou fazendo. Decidindose) Assumo a responsabilidade pelos meus atos. (Pausa) Volte para o seu trabalho e não me aborreça mais. (p. 275)

·     A briga pela posse da terra
·     Augusto cheio de si
·     O dinheiro personalizado como um deus

Augusto: Fora! Pensa que me amedronta? Fora! (Alípio sai) Vá para o inferno! Eu não temo a famintos... (Principia a rir) Aqui eu tenho queijo e pão pata saciá-los... Venham! Venham! (Pausa) Pensam que me poderão roubar? Nunca! O meu dinheiro está bem guardado! (Vozerio distante) Venham! Vai set engraçado. Vou achar graça quando Hortênsia me vir tirar o dinheiro e começar a comprar os seus fanáticos... E não darei a cada um mais de cem! Venham para cá, venham! (Fecha a porta. Começa a empilhar caixões que existem no barracão) Não entrarão aqui com desordem! Só se me pedirem. .Patrão Augusto, podemos entrar? .Terá que ser assim. (Vozerio perto) Será que estão vindo? (Pausa) E se não quiserem o meu dinheiro? (Pausa). Tom) Não. Todos são iguais... todos gostam de dinheiro... (Vozes perto. Há pancadas na porta) Não derrubem a porta! Não façam isso! Tenho dinheiro para cada um! (Pausa. Prossegue o barulho) Eu disse: dinheiro para cada um! (Sob tensão, nervoso, vai a um canto e se apodera de um rifle) Para longe, por favor... Pata longe! Eu estou armado. Atiro! (Aumenta o ruído) Escutem! Eu quero viver! Eu preciso viver! Depois de um instante) Esmeralda! Onde está você, Esmeralda? (O rifle escapa-lhe das mãos enquanto principiam a tocar fogo no barracão. Cena no escuro) (Luz na Cena de Xavier.) (p. 292)

·     O barracão é queimado

·     Xavier – desapego – capital

·     Ideia do milagre:

1º A cura de Gedeão

Gedeão: Eu jamais poderei andar como os outros. Terei de viver como um animal ferido, me arrastando.

Hortênsia: Você precisa de fé. Acreditar numa pessoa que lhe revele todas essas coisas: em mim. Meu filho morreu para que o Senhor perdoasse os pecados dessa gente. E só depois veio a chuva. Gedeão – (Nervoso, indeciso) Ah, não tenho força. Quero acreditar e me falta algo. Para andar preciso me apoiar nessa muleta. Quando era mais moço se compadeciam de mim. Agora, estou crescido, vivo da caridade alheia. Para que sirvo? (Chorando) Sou um inutilizado, d. Hortênsia... inutilizado... (Triste) Sabe o que significa essa palavra?

Hortênsia: Tenha fé; você vencerá. (p. 281)

Hortênsia: (Encarando-o) Ande! Você pode andar! (Quase histérica) Ande! Levante-se e ande.

Gedeão: (Débil) Não, eu sou fraco. Não tenho resistência. Sou um pobre homem inutilizado. Para que sirvo eu, mulher? Para servir de sentinela aos que morrem? Para vigiar menino?

Hortênsia: (Forte) Você andará! Surpreenderá a todos.

Gedeão: (Encobrindo o rosto com a mão) Não! Não mereço tamanha graça! O Anjo não se lembrará de mim.

Hortênsia: (Enérgica) Gedeão, ande! (Aproxima-se dele) Você vai andar. Acredite na revelação divina. Meu filho, por meu intermédio, ordena-lhe que ande como qualquer outro mortal. (Arrebata-lhe a muleta) Ande!

Gedeão: Perdendo o equilíbrio) Eu caio! Não me deixe assim! Vou cair! Meu Deus, como sou miserável!

Hortênsia: Ande! Você não cairá... Não cairá! Não cairá! Não cairá!

Gedeão: (Um esforço tremulo) Sim, eu andarei. Eu andarei... Andarei... Principia a se locomover sozinho, com dificuldade) Andarei... andarei... (Enquanto Hortênsia continua gritando. Não cairá. Não cairá” CENA NO ESCURO) (p. 282)

2º Filho de esmeralda

Esmeralda: Mas eu não quero ir. (Pausa) D. Hortênsia me disse que pequei e que o pecado é uma mancha que fica para sempre no nosso coração. (Desconsolada) Já não sou a mesma Esmeralda. Sinto que não sou. (p. 294)

Esmeralda: Não posso, pai. Ninguém sabe o que aconteceu, mas o Anjo testemunhou. Tenho certeza. (Um desabafo) Nós vamos ficar na terra... Está escrito. Nós vamos ficar na terra!

Esmeralda: Depois de um silêncio todo feito de expectativa) Nós... eu e meu filho. (Mulher avança para Esmeralda. Abraça-a. Xavier, que já estava com os seus pertences às costas, alivia-se da carga, certo de que ficará também.) (p. 295)

Inaugurando o Teatro do IBEU, em Fortaleza, em 13 de agosto de 1995, o "Grupo Balaio", sob a direção de Marcelo Costa, de Eduardo Campos, apresenta a comédia "A Donzela Desprezada". Em cena, em primeiro plano, Kátia Camila e Ivany Gomes.

Críticas

"Eu acho que o Eduardo Campos exemplifica um tipo de intelectual polivalente, que combinou a atividade intelectual e de escritor com a atividade também de politico da cultura", disse por telefone, a caminho do velório, o secretário da Cultura, Auto Filho. Atualmente, aos 84 anos, Eduardo Campos dedicava-se à direção da Ceará Rádio Clube e à presidência do Instituto Histórico do Ceará.

Para o diretor do grupo Comédia Cearense, Haroldo Serra, que montou diversas peças de Manuelito, entre elas, as premiadas Morro do Ouro, encenada por seis anos e A Rosa do Lagamar, que registrou mais de 500 apresentações no final dos anos 1970, Eduardo Campos tem sua obra mestra no teatro.

Segundo o diretor, o autor inovou o teatro cearense ao dar um tratamento moderno aos textos. Para Haroldo, foi graças às peças de Eduardo Campos que o grupo - hoje com 50 anos de trajetória - alcançou reconhecimento nacional.

"Ele (Eduardo Campos) fugiu daquele teatro tradicional, da peça de gabinete, e partiu para peças com uma preocupação de comunicação com o público muito grande", disse.

Nessas obras, o escritor lançava olhar sobre a Fortaleza suburbana, de dramas, alegrias, especulação imobiliária e choque de valores morais.

O teatrólogo Oswald Barroso aponta outra inovação: a introdução da cultura popular no teatro. "A primeira vez que se coloca em cena, num palco italiano tradicional, um boi de brincadeira (bumba-meu-boi) foi na peça O Morro do Ouro", destaca. Para o teatrólogo, o escritor deixa como contribuição um inventário da cultura cearense. "O Eduardo Campos, em certa medida, foi o nosso Câmara Cascudo, o nosso Gilberto Freyre".

Montagem de “Os Deserdados” de 2006

Tiago Coutinho em especial para o Caderno 3: A emoção e o desejo de se fazer arte ultrapassam os problemas estruturais desse grupo. Com pouco menos de um ano de existência, a Cia Comboio de Cordas, do Conjunto Palmeiras, demonstra paixão e zelo pelo ofício de artista

A montagem, ainda em processo de finalização, fez uma apresentação de ensaio aberto, na última sexta-feira, na Escola de Ensino Fundamental e Médio Dra. Aldaci Barbosa, no Bairro do Conjunto Palmeiras, e contou com a presença de Eduardo Campos. “Fico muito emocionado com essa apresentação. Esses meninos mostram um ato heroico. É muito difícil de se apresentar em condições tão precárias. Mesmo assim, eles fizeram um belo espetáculo”, elogia Eduardo Campos.

“Os Deserdados” faz parte do projeto “Literatura, Memória e Cultura no Teatro de Eduardo Campos”, em ação desde outubro do ano passado. “A nossa ideia é valorizar e divulgar os autores cearenses. Escolhemos o Manelito porque é um grande autor cearense, que nem todo mundo conhece”, explica Klésio Batista, um dos idealizadores do projeto.

“Os Deserdados” teve sua primeira montagem em 1952, pelo Teatro-Escola da Ceará, com direção do próprio autor. No elenco, demarcavam espaço Fernanda Quinderé, João Siqueira, Adelaide Paiva, entre outros.

O espetáculo conta a história dos deserdados da seca, que sofrem as impiedosas torturas climáticas e das injustiças da exploração do trabalho. Trata-se de uma denúncia do lado injusto do poder. Poder este do sol, do clima, da ganância dos patrões. Cinquenta anos após a primeira exibição, o espetáculo ainda permanece atual, como uma grande questão brasileira, em especial do Nordeste. “É uma peça regional, que defende principalmente o trabalhador, sempre perseguido”, completa o autor.

Para os integrantes da companhia, trabalhar a obra de Eduardo Campos, até então desconhecida, tem sido agradável. “Adorei a história de ‘Os Deserdados’. É muito dramática e romântica”.

Músicas e Outras Referências

Seca do Nordeste - Fagner

 
Ô sol! sol escaldante
Terra poeirenta
Dias e dias, meses e m e s e s sem chover
E o pobre lavrador com a ferramenta rude
Bate forte no solo duro
Em cada pancada parece gemer
Hum, hum, hum, hum, hum, hum, hum
Geme a terra de dor ó ó ó ô
Não adianta o meu lamento meu senhor
Ó ó ó ô e a chuva não vem
Chão continua seco e poeirento
No auge do desespero uns se revoltam contra deus
Outros rezam com fervor
Nosso gado está sedento meu senhor
Nos livrai dessa desgraça
O céu escurece
As nuvens parecem grandes rolos de fumaça
Chove no coração do brasil
E o lavrador retira o seu chapéu
E olhando o firmamento
Suas lágrimas se unem
Com as dádivas do céu
O gado muge de alegria
Parece entoar uma linda melodia

Xote das Meninas - Luiz Gonzaga


 

Mandacaru quando fluora na seca
É o sinal que a chuva chega no sertão
Toda menina que enjoa da boneca
É sinal que o amor já chegou no coração...

Meia comprida não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado não quer mais vestir simão...

Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...

De manhã cedo já tá pintada
Só vive suspirando sonhando acordada
O pai leva ao dotô a filha adoentada
Não come, nem estuda
Não dorme, e nem quer nada...

Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...

De manhã cedo já está pintada
Só vive se cheirando
Sonhando acordada
O papai levou ao doutor
A filha adoentada
Não come não estuda
Não dorme nem quer nada

Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...

Mas o doutor nem examina
Chamando o pai de lado lhe diz logo em surdina
Que o mal é da idade e que prá tal menina
Não há um só remédio em toda medicina...

Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...

Padre Cícero



O padre Cícero Romão Batista relatava uma visão com Jesus Cristo, em que recebia a missão de cuidar do povo. Durante uma missa, uma hóstia ofertada pelo religioso teria virado sangue na boca da beata Maria de Araújo. Para alguns historiadores, o fato de a beata ser mulher, negra, analfabeta e pobre foi determinante para que a Igreja negasse o fato. Expulso, Cícero entrou para a política e se tornou o primeiro prefeito de Juazeiro do Norte. Morreu sem o perdão do Vaticano, mas essa história pode estar com os dias contados. O 'santo do povo' tem inúmeros milagres a ele atribuídos.



Referências
Campos, Eduardo. Dramaturgia. Edições Theatro José de Alencar
Disponível em: < http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/caderno-3/nova-montagem-de-os-deserdados-1.662271. Acesso em: 05/11/2017.
Disponível em: < http://portal.ceara.pro.br/index.php?option=com_content&view=article&id=30580:os-deserdados-de-eduardo-campos-conquista&catid=332&Itemid=101. Acesso em: 05/11/2017.
Disponível em: < http://www.onordeste.com/portal/eduardo-campos-escritor/. Acesso em: 05/11/2017.
Disponível em: < https://nuhtaradahab.wordpress.com/2013/11/30/nilto-maciel-contistas-do-ceara-eduardo-campos/. Acesso em: 05/11/2017.
Disponível em: < http://pecarosadolagamar.blogspot.com.br/2008/09/vida-obra-de-eduardo-campos.html. Acesso em: 05/11/2017.
Disponível em: < http://mais.uol.com.br/view/dsirb7h509tj/milagre-de-padre-cicero-teria-sido-escondido-pela-igreja-04028D9A396AD0B15326?types=A&. Acesso em: 05/11/2017.